Nos anos 50, o laboratório de energia nuclear Brookhaven National Laboratory, querendo tirar os pensamentos negativos da população sobre o que era pesquisado por lá, decidiu fazer uma exposição anual aberta a todos. A exposição consistia em andar pelo laboratório enquanto os cientistas diziam aos visitantes o que era feito em cada sala.

Na mesma década, em 1958, o físico americano William Higinbotham (1910-1994) decide criar algo que seja interativo para que os visitantes pudessem experienciar a ciência ao invés de apenas observá-la. Então, usando como base um manual de simulação de física em osciloscópios, Higinbotham cria para a exposição de 18 de outubro de 1958 o primeiro videogame do mundo: Tenis for Two.

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O jogo era uma simulação de uma partida de tênis que contava com três linhas para reproduzir a partida: uma linha grande que simulava o chão, uma pequena que simulava uma rede de tênis e um pontinho que deixa rastros que simulava a bola. Cada jogador tinha um controle com dois botões: um que rebatia a bola, caso ela esteja do seu lado da quadra, e um rotatório que permitia o jogador escolher o ângulo do rebatimento (para cima ou para baixo).

A fila para jogar Tenis for Two era gigante. Todos estavam tão impressionados com a invenção que na feira do ano seguinte o jogo foi expandido para que pudesse rodar em um monitor e que fosse permitido aos jogadores mudar a gravidade do jogo, sendo possível jogar na Terra, na Lua ou em Júpiter (neste último a bolinha caía muito rápido, o que  desagradou a maioria).

Reprodução moderna do controle de Tenis for Two

Tecnicamente, Tenis for Two não foi o primeiro jogo eletrônico. Houve vários outros que tinham como objetivo simular partidas de “Jogo da Velha” no computador. Entretanto ele foi o primeiro game eletrônico feito com a intenção de entreter os jogadores ao invés de apenas mostrar a capacidade de uma máquina, o que o coloca como o precursor original dos videogames pelos historiadores de videogames.

Infelizmente, a máquina foi desmontada 1960 para que os cientistas pudessem usar suas peças para outros experimentos. William Higinbotham não patenteou sua invenção, alegando que muito do que fez foi tirado do manual, que a máquina era cara e pesada demais para ser vendida e que, por ter usado tecnologia do laboratório, a maior parte do lucro (se houvesse) não seria dele.

Higinbotham não quis ser conhecido como o pai dos videogames, mas sim pelo seu importante legado no ativismo contra a proliferação de armas nucleares.