Em 1990, o Japão tem um novo boom dos jogos de arcade, games revolucionários, como Street Fighter 2, lotam os Game Centers – casas de fliperamas japonesas. As máquinas eram divididas para quem queria jogar sozinho e para aqueles que queriam enfrentar outros oponentes. Jogos esses que incentivaram a criação de duas máquinas conectadas, em rede, para que cada pessoa lutasse em sua máquina.

Depois do sucesso de games como Space Invaders, que praticamente devoraram as moedas japonesas a ponto de provocar escassez no país, os japoneses experimentaram o paraíso dos jogos eletrônicos, com uma variedade cada vez maior, principalmente, de games de luta.

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É impressionante como a Akira joga bem

É nesse ambiente competitivo que conhecemos Haruo Yaguchi, um preguiçoso estudante da escola primária que deseja apenas ficar jogando nos arcades. Vida boa, não é?

DISPUTA ACIRRADA

Orgulhoso de suas habilidades com o Guile, em Street Fighter 2, ele passa a maior parte do seu tempo sem se preocupar muito com os estudos. Um dia, ele perde, miseravelmente, para Zangief, personagem controlado por Akira Onno, uma colega de classe de Haruo. Quieta e misteriosa, Akira é uma jovem talentosa jogadora de Street Fighter 2, que já estava com 29 vitórias em sequência!

Não se atreva a ganhar dela, não mesmo!

Sem querer sair de orgulho ferido, Haruo volta à fila para uma revanche e ataca com uma sequência de combos muito agressivos. Desta vez, Akira não teve chance e saiu com tanta raiva que deu um belo soco na cara de Haruo pela arrogância!

Com o passar dos dias, ele acaba encontrando Akira mais vezes nos fliperamas. Porém, por um motivo ou outro, ele sempre acaba levando porrada quando joga contra ela, seja em Street Fighter ou não. Como, por exemplo, na vez em que ela quer jogar Final Fight sozinha, a fim de atingir uma pontuação alta, mas Harou assume o player 2 e a atrapalha.

Vai pensando que é fácil… Entra na fila da Akira

Apesar das brigas, a rivalidade dos dois começa a os aproximar. Haruo é um garoto comum, que se diverte com os games, e acabamos descobrindo que Akira, por ser filha de uma família rica e dona de grandes empresas, precisa acatar todas as tarefas e estudos particulares para que seja considerada digna como sucessora dos negócios da família, sofrendo, portanto, com a solidão e pressão de seus pais, o que é expressado na série por seu silêncio, atitudes e olhares.

Ela quase não tem tempo para mais nada, nem mesmo pode ter um videogame em casa, por isso, quando pode, Akira se dedica ao máximo aos arcades, e quando Haruo pega um resfriado e fica uns dias de cama, ela aproveita para visitá-lo e poder jogar PC-Engine na casa dele.

GRANDE SUCESSO

Muitas referências aos arcades de época

High Score Girl é uma divertida história que exalta a paixão dos jovens japoneses pelos games. Um povo que teve a sorte de acompanhar como essa cultura nasceu e desenvolveu, em primeira mão. Principalmente, porque foi no Japão que os videogames dominaram a criatividade da indústria por décadas, desde o surgimento até o final a vida do PS2, e por ser o maior mercado consumidor e criador de arcades.

O anime recria o mangá que utiliza muitas imagens e telas dos games reais, mas aqui, ela faz isso usando as imagens autênticas dos games! No mangá, o autor tentou reproduzir tudo a mão, enquanto nas telas ele teve um charme a mais ao usar os sprites e os modelos 3D oficiais dos games.

Será que vai rolar alguma coisa além de disputas?

Qualquer um que viveu um pouco nessa época se encanta com a nostalgia desta história, mesmo sabendo que no Brasil os fliperamas não eram realmente, em sua maioria, um lugar dos mais convidativos. Era comum que, mesmo sem querer, eles fossem muito frequentados por delinquentes, meninos de rua e adultos fumantes (lembram dos cinzeiros instalados nas máquinas?).

As meninas somente podiam frequentar esses ambientes em shoppings ou parques de diversões. Só mesmo nos tempos atuais de consoles modernos e jogos de PC online, é que o publico feminino ganhou força e pode se divertir e competir mais livremente – mesmo ainda existindo certo sexismo e preconceito neste meio.

DIREITOS AUTORAIS

O mangá referenciou inúmeros games de arcade e consoles domésticos. Isso foi um grande deleite para os fãs, mas uma desenvolvedora de games resolveu reclamar do mangá.

Muitos jogos clássicos serão citados durante a série

A SNK Playmore processou a Square Enix, publicadora do mangá de High Score Girl por ele fazer muitas referências aos seus jogos. Ela alegou que o mangá referenciava, ilegalmente, mais de 100 personagens de seus jogos, como The King Of Fighters, Samurai Shodown e outros.

Os mangás e as vendas digitais foram voluntariamente paralisadas pela Square Enix, a qual até fez recall dos 5 volumes iniciais impressos. Depois de conseguir um acordo na justiça, a série continuou com o nome de High Score Girl CONTINUE e os volumes iniciais retornaram em compilados.

Disputa, amizade e muita diversão entre esses dois

Com o lançamento do anime, a SNK o utilizou como ferramenta de propaganda para seu game de luta mais recente, SNK Heroines: Tag Team Frenzy. Aliás, o anime acaba tendo vários comerciais de games para console, como Tekken 7, e celulares, The King of Fighters All Star.

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Mangá: Escrito e ilustrado por Oshikiri Rosuke, com previsão de encerramento em Janeiro de 2019 com 10 Volumes, e publicados, originalmente, na revista Big Gangan, da Square Enix.

Anime: produzido pela Warner Bros. Japan, animado pelo Estúdio J.C. Staff, dividido em 12 episódios, de 14 de julho a 28 de setembro de 2018 (www.hi-score-girl.com). Entre os detalhes de produção, o site do anime possui diversos vídeos sobre a produção, brincadeiras com os atores de voz e uma parte especial dedicada às empresas de games, parabenizando-as pelos seus jogos em questão.

Equipe:

Diretor: Yoshiki Yamakawa
Musica: Yoko Shimomura
Character Design: Michiru Kuwabata
Diretor de Arte: Akira Suzuki
Diretor de Som: Jin Aketagawa
Diretor de CGI: Yusuke Suzuki
Diretor de Fotografia: Shingo Fukuyo

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