Parallel, um game indie brasileiro repleto de mistérios e desafios

É comum pensarmos que para desenvolver alguns games mais complexos sejam necessários diversos profissionais em uma indústria AAA, nem sempre isso é verdade. O desenvolvedor Rodrigo Banzato acaba de lançar Parallel, um jogo de Aventura-RPG em primeira pessoa com uma qualidade gráfica incrível que se revela em ambientes diversificados e repleto de puzzles interessantes e desafiadores. A WarpZone conversou diretamente com Rodrigo para saber mais sobre o game e também sua história como desenvolvedor de jogos. Confira:

[WZ] Fale um pouco sobre você, como desenvolvedor de jogos.

[Rodrigo] Meu nome é Rodrigo Banzato, me formei em design em 2003 e de la pra cá pude fazer diferentes trabalhos relacionado a arte, desde animações, vinhetas, criação de personagens etc… Mas, sempre tive os games como uma paixão e pude participar de alguns projetos de games, inclusive como voluntário, sempre com a ideia de absorver conhecimento e poder seguir adiante com meus projetos. Foi só em 2016 que eu fiz sozinho o jogo Clown2Beat, um jogo gratuito para jogar, que inclusive esta na Steam. Depois em 2017 iniciei um outro game com alguns amigos chamado Shadows of Kepler, um jogo de terror e ficção cientifica e lançamos a demo dele na Steam em 2019, esta lá para qualquer um jogar. Só não demos continuidade pois não conseguimos os investimentos necessários para manter o time na época. Em janeiro de 2020 me vi na necessidade e capacidade de começar a desenvolver um jogo sozinho, o Parallel, que foi lançado na Steam para PC agora em Outubro, depois de 2 anos e 10 meses de muita dedicação.

[WZ] Fale um pouco sobre o game e a ideia que embasou o jogo.

[Rodrigo] Sempre fui fã de jogos como Bioshok, Fallout 3, Skyrim entre muitos outros e queria colocar algo assim num jogo, resolvi escolher um personagem de destaque que tivesse um impacto visual e uma coisa lúdica, nada melhor que um palhaço ou bobo da corte, vermelho e misterioso, para representar todo esse novo universo. O palhaço apresenta esse mundo ao jogador que inicia o jogo sem entender muito o que está acontecendo e através de uma alminha ou lesminha (como muitos resolveram chamar) o jogador começa coletando esferas do conhecimento e resolvendo pequenos puzzles até eventualmente adquirir um corpo físico e alguns poderes que poderão ser usados. Conversando com os personagens do jogo você pode mudar a história do personagem e descobrir novas histórias, tudo isso em volta de um pequeno mundo aberto, mas rico em detalhes.

[WZ] Qual engine foi usada e porquê dessa escolha?

[Rodrigo] Usei a Unreal Engine 4 e acredito que sem ela nada disso seria possível, uma vez que não precisei digitar 1 linha de código para fazer a programação do jogo. Tudo foi feito através de blueprints (scripts visuais). A experiência de ter usado a Unreal Engine desde 2009 em estudos me ajudou muito. Hoje, na minha opinião, a Unreal Engine é o motor de produção de games mais completo e acessível a todos, incluindo dezenas e centenas de materiais gratuitos para uso, o que ajuda demais o desenvolvedor.

[WZ] Quantos são na equipe e quais funções de cada um?

[Rodrigo] Produzi Parallel sozinho, mas tudo isso só foi possível através da tecnologia atual, do constante estudo e por ter feito 4 ou 5 outros projetos antes de Parallel, que me ajudaram a construir uma base solida de conhecimento. Sem a experiência, dificilmente você consegue criar um cronograma e um planejamento, você precisa saber quanto tempo vai levar em cada etapa do projeto, isso é crucial para não correr o risco de ficar anos fazendo um projeto e nem sequer chegar perto do final. Estude, planeje e sempre adquira conhecimento, igual é dentro do jogo Parallel, busque o conhecimento.

Parallel está disponível na Steam.