Lembra quando você jogava alguns jogos no Atari e precisava usar muito a sua imaginação para transformar os pixels em objetos, personagens ou cenários para entender melhor o que estava acontecendo na tela da sua televisão? Pois bem, usando esses mesmos pixels e uma paleta de cor somente um pouquinho superior aos jogos do Atari, The Eternal Castle Remastered apresenta um game com um estilo gráfico sublime, mas que também exige um pouco de imaginação e atenção para entender o ambiente ao seu redor.
ADÃO E EVA NO PÓS-GUERRA
A dificuldade em ler o texto introdutório apresentando parte do enredo já indica que as coisas não serão muito fáceis de se entender aqui. Vamos precisar de atenção, paciência e dedicação para compreender realmente o que está se passando.
Assim que iniciamos, podemos escolher entre Adam e Eve, e sabemos que temos a missão de resgatar uma mulher e só. Ao longo do gameplay, descobrimos que estamos indo ao resgate de uma espécie de ser que tinha a missão de colonizar e cultivar o ecossistema de outros planetas, mas que se perdeu por algum motivo.
Um evento acontece e o personagem principal, agora tanto faz quem você escolhe no início, acaba caindo em um mundo devastado pela guerra e começa a perceber que todos que encontra pelo caminho só querem uma coisa: sobreviver.
MAS E O JOGO ORIGINAL?
The Eternal Castle Remastered, como o próprio nome já diz, deveria ser uma versão atualizada de um game lançado anteriormente, mais precisamente em 1987, certo? Mas é ai que está a genialidade dessa obra de arte. Além de nos brindar com gráficos aparentemente simples a primeira vista, o diretor do game Leonard Menchiari, nos engana de uma maneira incrível.
Isso mesmo, engana! Não existe The Eternal Castle original. Segundo Menchiari, tudo que foi apresentado como pano de fundo para o jogo, como a história de ter a lembrança de jogar o game original em seu PC antigo e agora 32 anos depois, é mentira.
UMA SACADA GENIAL
Partindo do conceito que o game é um remaster, o jogador tem a sensação de que The Eternal Castle deve ter sido um precursor excelente, pois muitas referências de jogabilidade encontradas em jogos supostamente lançados posteriormente, podem ser encontrados nele.
Por exemplo, Prince of Persia, sairia somente dois anos após seu laçamento em 1987, e traria uma jogabilidade inspirada nele, entendeu? Outros games conhecidos, como Limbo ou Super Meat Boy, teoricamente teriam bebido na fonte desse game original. Porém, como foi dito, esse jogo jamais existiu e foi o “remaster” que se inspirou nesses e em muitos outros jogos lançados depois.
Mas não se engane, não é somente por esse truque de mestre em dar um título de remaster para um jogo original, que você deve dar uma conferida no game. Ele ainda traz uma trama instigante e surpreendente, que te fará querer recomeçar assim que terminar sua primeira gameplay, que deve durar entre 2 e 3 horas.
Outro quesito extremamente bem feito e detalhado, pelos desenvolvedores Leonard Menchiari, Daniele Vicinanzo, Giulio Perrone, dos Playsaurus e TFL Studios é a trilha sonora. Minimalista e pontual, ela fará com que você sinta de verdade a vastidão e destruição que está presente em toda a jornada.
Com versões para Nintendo Switch e Steam, The Eternal Castle Remastered é uma ótima pedida para fãs de indies e saudosistas de uma jogabilidade dos anos 80.