O segundo título do estúdio brasileiro Pulsatrix, A.I.L.A., se mostra uma grande surpresa para os amantes do terror.

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Terror pra todos os gostos

Em A.I.L.A. o jogador controla Samuel, um testador de videogames que recebe um novo kit de desenvolvimento para um jogo de realidade virtual que dá nome ao game.

Neste protótipo, Samuel fala diretamente com Aila, que explica que enquanto se joga, uma IA avançada vai analisando seu comportamento e psique, modificando o jogo para que a experiência seja muito mais intimista e profunda — adaptando o terror para cada jogador.

Após cada fase Samuel conversa com Aila, e o jogador pode escolher suas respostas, assim como pode escolhê-las quando interage com certos NPCs dentro do jogo para moldar o final.

O jogador passará por fases em diferentes cenários: uma espécie de escape room que se modifica a cada porta aberta, um vilarejo medieval, um navio pirata, uma floresta, entre outros ambientes que mantêm a história sempre fresca e interessante.

Entre cada fase, o jogador tem um tempo para descobrir mais sobre Samuel, andando por seu apartamento, lendo notas espalhadas pelo lugar, fazendo pequenas tarefas como alimentar seu gatinho, tomar café ou mesmo assistir TV.

Conforme a história progride, mais se descobre sobre sua vida e um evento trágico que mudou tudo. Aos poucos, Aila vai se mostrando perigosa e intrusiva, saindo da simulação e começando a afetar a vida pessoal do protagonista, mexendo com suas memórias e afetando sua mente até que o próprio jogador não saberá mais o que é real ou parte do A.I.L.A.criando uma conexão entre jogador e Samuel.

Quem joga quem?

Durante a aventura, o jogador irá controlar vários “Samuels”: um cavaleiro medieval, um detetive, um pirata, um guarda florestal, entre outros. Isso abre um leque de armas variadas que, apesar de se comportarem de forma semelhante, adicionam variação e casam com cada fase.

Entre uma escopeta e uma pistola moderna, o arsenal contém uma espada, machado, pistola de pirata, facão e até um fuzil de atirador de elite da Primeira Guerra dependendo da fase.

Como o jogo se passa em primeira pessoa, é fundamental que o combate seja fluido — e o estúdio consegue transmitir o peso das armas brancas (com ataques leves e fortes) e o impacto dos tiros (melhorado após um patch de atualização).

Para manter cada fase coesa, os inimigos também são variados: fantasmas, monstros insetoides, árvores humanoides grotescas e chefes memoráveis, compondo um verdadeiro rol de horrores.

Silent Evil

O jogo veste suas influências abertamente.

  • Desde a velha casa na floresta onde somos perseguidos por um inimigo poderoso que não podemos matar, coletando itens para resolver puzzles.
  • Curando-se com ervas combinadas com elixires, procurando chaves para abrir portas à la residência Baker em Resident Evil 7.
  • Passando por uma vila europeia cheia de zumbis no melhor estilo Resident Evil 4 e Village.
  • Explorando uma floresta com itens de cura e munição em postes de luz que remetem a Alan Wake.
  • O menu com layout e sons reminiscentes de Silent Hill.

A.I.L.A. é uma grande homenagem a títulos clássicos, com originalidade e identidade própria.

Jogadores atentos encontrarão easter eggs brasileiros divertidos: a casa da bruxa do 71, um filtro de barro da casa da vó (mesmo em 2035 quando o jogo se passa), e até um quadro com youtubers brasileiros famosos em uma das casas.

Um colírio aos olhos

Feito no motor gráfico Unreal Engine 5, A.I.L.A. é um jogo lindo, com texturas e iluminação realistas e animações faciais impecáveis, comparando-se tecnicamente a muitos títulos AAA da indústria atual.

Além dos gráficos incríveis, jogos de terror vivem e morrem por seus sons — e A.I.L.A. não deixa a desejar: portas batendo, madeira rangendo, gritos e choros distantes, passos na escuridão.

Vale destacar que o título está não só legendado, mas também dublado totalmente em português, com excelente trabalho de:

  • Luiza Caspary como Aila (atriz que também dublou Ellie em The Last of Us e Faith em Far Cry 5).
  • Fábio Azevedo (Dr. Estranho) como Samuel

Um tiro no escuro?

Com certeza, A.I.L.A. veio para mostrar o amadurecimento do estúdio Pulsatrix e do mercado nacional.

Para os fãs de survival horror clássico e moderno, A.I.L.A. é um prato cheio que não deve nada a títulos maiores do gênero.

O jogo já está disponível para PC via Steam, Xbox Series X/S e PlayStation 5.