Crash Bandicoot tem vivido bons tempos ultimamente. Após a chegada de sua coletânea, que remasterizou os três games originais, lançados nos anos 90 para o PlayStation, em 2020, o divertido mascote retornou em uma nova aventura, Crash Bandicoot 4: It’s About Time, que chegou primeiro para PCs, PlayStation 4 e Xbox One. E ganhou, recentemente, novas versões, para PlayStation 5 e Xbox Series X|S, com melhorias gráficas.

Mas ainda há uma outra versão do game: a de Nintendo Switch. Que, se por um lado não conta com todos os recursos visuais de nova geração, por outro leva a aventura para todos os lugares, graças a capacidade portátil do atual console da Nintendo. Assim, podemos conferir nesta análise o que esperar desta versão específica, de um game bem divertido.

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O game em si, você já deve ter conferido em várias análises pelo passar dos meses. Os elogios são muitos: o level design impecável, que mostra que os desenvolvedores tiveram o cuidado de prestar atenção nos games antigos, é talvez, a melhor parte do game. Nota-se um ar de evolução, mas sem desrespeitar o passado da trilogia dos anos 90.

O visual também chama atenção, por trazer elementos dos remasters recentes, mas atualizando a história interrompida em 1999, quando o terceiro Crash Bandicoot foi lançado. A partir daí, a série viveu uma troca de publishers e mudanças que foram, cada dia mais, afastando os fãs. O ar de desenho animado dos anos 90 reforça toda a aura da franquia, com seu ar insano e boas inspirações de animações como os Looney Tunes.

A história do game segue bem a trilogia original. Tem início exatamente no ponto final de Crash Bandicoot 3: Warped. Com Neo Cortex e N. Tropy, desta vez, abrindo um buraco no tempo e espaço. Crash e sua irmã Coco seguem, sempre apoiados por Aku-Aku, para investigar este novo problema, com os elementos temporais sendo sabiamente implementados no jogo.

Assim temos um game com gameplay clássico, porém com boas novidades, como a troca de elementos na tela, de acordo com o espaço temporal de cada um. O conceito de jóias também foi ampliado, com novos desafios feitos para quem gosta de explorar tudo no game. E, também é bom citar a variedade de gameplay. Tem cara de tributo, mas não é apenas isso. É evolução.

E no Switch, o desempenho do game é totalmente satisfatório. Tudo funciona muito bem, assim como acontece nos remasters anteriores lançados para o console. Há alguns pequenos problemas de precisão, elemento fundamental dos games de Crash, que fazem com que jogadores mais exigentes prefiram jogá-lo com controles melhores, como o Pro Controller, uma vez que as Joy-Cons podem atrapalhar, às vezes. Mas, no geral, tudo funciona de maneira bem satisfatória.

No modo portátil, o qual preferi jogar o game,  fica ainda melhor, com as animações mais fluídas e que compensam a falta de nitidez, se comparado com o game rodando no Dock. Nem é preciso fazer comparações, para saber que, de fato, a versão para Switch é inferior tecnicamente. Entretanto, os donos do console já sabem disso, e entendem que o game precisa, ao menos, compensar com boa diversão. E isso Crash 4 oferece.

Além do mais, Crash 4 não é um game para ser apreciado de maneira plena tecnicamente. E sim, para ser jogado com a diversão que cada jogador procura. Jogadores casuais contarão com um modo amigável, que os ajudam a prosseguir trocando o contador de vidas, por um “contador de mortes”, que garante vidas infinitas, mas que influencia no final das fases. E jogadores veteranos terão à disposição um prato cheio de desafios, que é garantia de horas e horas de diversão.

Donos de Nintendo Switch só podem lamentar, no final, de uma questão: o preço. Sabemos que a situação do console, mesmo com representação oficial no país, não é muito amigável, no que diz respeito a preços. Mas, por não ser um título da Nintendo, a expectativa é a de que o game diminua o preço, ou esteja em promoção muito bem breve. É aguardar para ver.

Mas sim, quem decidir se aventurar em Crash Bandicoot 4, em um Nintendo Switch, terá a mesma diversão de qualquer console. O que o Switch não tem de hardware, compensa em diversão e, principalmente, em portabilidade.