Aconteceu entre os dias 27 e 31 de julho de 2022, a Universal Creators Conference Experience, ou UCCONX, um evento novo, com a promessa de trazer uma experiência imersiva, sensorial e única, e nós estivemos lá.
Organizado pela BBL, o evento veio com uma proposta de unir diferentes culturas em um só lugar, como games, TV/cinema, cultura asiática e urbana.
Início conturbado
A semana do evento começou de maneira turbulenta, com a divulgação de relatos de ex-funcionários da antiga administração, expondo supostos acontecimentos que manchariam a imagem do festival. Isso fez com que o nome UCCONX ficasse entre os Top 5 trending topics no Twitter, o que tornou o festival famoso, seja de forma positiva ou negativa.
Também aconteceram imprevistos, como o cancelamento de última hora da participação da atriz Millie Bobby Brown (a Eleven, de Stranger Things) e do ator George Takei (Star Trek) por motivos pessoais e profissionais.
Isso gerou mais dúvida sobre a credibilidade do evento, porém, a organização foi rápida em confirmar outros nomes de peso como Ian Somerhalder (The Vampire Diaries) e Dacre Montgomery (Billy, de Stranger Things), além da presença inédita no país de Rupert Grint (Rony, de Harry Potter).
Com toda essa bagagem carregada, a expectativa de quem havia comprado o ingresso ficou limitada, sabendo que não estaria indo à uma BGS ou à uma CCXP. E isso acabou sendo algo positivo. Quem foi no sábado e/ou no domingo viu a primeira edição de um evento ousado sobre cultura pop, diversificado e com diversas atrações.
A Arena Free to Play foi um dos grandes pontos positivos da feira. Eram mais de 500 consoles preparados para o público jogar, divididos em 4 subsetores: PS5, XBOX Series S, Nintendo Switch e PC. Nem mesmo na BGS nós havíamos visto tantos consoles reunidos em um mesmo espaço.
Além disso, havia um corredor com vários arcades e consoles antigos para o pessoal matar a saudade dos clássicos. Também tivemos campeonatos de Warzone e FIFA.
Para fãs de terror haviam quatro experiências de Escape, e pelos depoimentos de alguns entrevistados, a experiência foi intensa.
Em relação à cultura asiática, havia um display gigantesco com paisagens de grandes lugares da China, Japão e Coreia, onde as pessoas podiam fazer fotos e vídeos imersivos. Houve também apresentações musicais de músicas tradicionais e de bandas de K-Pop.
Na área urbana havia uma pista enorme de skate/bike, com performances e competições. A área Urban ficou bem caracterizada com graffitis, cenários de containers e todo um estilo acinzentado. O skatista Sandro Dias esteve presente e interagiu com os fãs.
Haviam também algumas experiências imersivas com um jogo de bolas de poder virtuais, um corredor luminoso montado pela Claro, e um simulador de corrida ultrarrealista, também disponibilizado pela Claro.
O Artists Alley acabou sendo impactado pela repercussão negativa das notícias do início da semana, e a maioria dos artistas boicotaram o evento. Porém ainda haviam alguns presentes.
Um fato que achamos bastante interessante foi a moeda virtual. Para comprar qualquer produto nas lojas e praças de alimentação, era necessário utilizar créditos que eram carregados na pulseira ou cartão de cada participante. Haviam diversos pontos de recarga espalhados pelo evento.
Dentre os convidados, também tivemos celebridades gamers como FalleN e Nobru, e do meio artístico nacional, como Luccas Carlos, Jottappê, a cantora Any Gabrielly, representante brasileira do grupo Now United, entre outros.
Como em todo bom evento geek, também não poderíamos deixar de notar a presença de incríveis cosplayers, com desfiles e desafios de melhor fantasia.
Mas a grande e incrível surpresa foi a presença do evento Street Bots. Organizado pelo influenciador Rato Borrachudo, o evento trouxe lutas épicas entre robôs. Equipes de robótica de universidades de várias partes do Brasil se reuniram para a realização de um campeonato em pleno festival.
Com quase 70 mil views, a transmissão do campeonato foi um sucesso absoluto, e quem esteve lá pôde ver e sentir de perto a adrenalina das batalhas, os cânticos e gritos de torcida de cada equipe, e a violência das pancadas. Foi um ponto muito positivo e que com certeza chamou a atenção de todos que passavam por perto.
Saldo Final
O fato de a organização ter alugado o espaço todo do Pavilhão de Exposições do Anhembi acabou causando a impressão de que o evento estava vazio, ou que tinha poucas atrações.
Mas na verdade tinha, sim, bastante gente, em todas as atrações haviam filas, principalmente para acessar o auditório onde ocorriam os painéis.
Para uma primeira edição de um evento que tem a premissa de ser grande, houve erros e acertos, os problemas com a antiga administração devem, sim, ser endereçados, mas acreditamos que o saldo no final foi mais positivo do que negativo, se comparado a outros eventos que tentaram se firmar e fracassaram.
De acordo com a organização, mais de 50 mil pessoas passaram pelo evento, e já foi confirmada a segunda edição da UCCONX em 2023.
Aguardaremos ansiosos por esse momento, afinal, quanto mais eventos geek, melhor.