Creio que todo retrogamer já teve o prazer de jogar videogame em um console onde a mídia era uma cartucho. Quanta nostalgia isso nos traz. Uma época singela onde era possível ir a uma locadora, escolher seu jogo favorito e passar o fim de semana jogando.
E como não lembrar do desespero ao colocar seu cartucho no console e ele não “pegar”, e então pra resolver o problema, bastava usar a “ancestral” técnica de assoprar a fita e assistir à mágica do renascimento do jogo, que outrora não funcionava e agora volta a ser útil e divertido.
Conhecidos também como fitas, os cartuchos são componentes eletrônicos com capacidade variável de memória utilizados para armazenar ROMs de jogo. Este padrão de mídia foi utilizado até o Nintendo 64, sendo substituído pelos CDs em meados dos anos 90.
História
Lançado em 1972, o Magnavox Odyssey foi o primeiro console a trazer a ideia de cartuchos com jogos diferentes. No entanto, os cartuchos em si não tinham dados, apenas ativavam certas “lógicas” dentro do videogame através de seus conectores. O console contava com gráficos simples e minimalistas, meros quadrados luminosos, e ainda acompanhava imagens transparentes para sobrepor em sua TV.
Quatro anos depois (1976), a Fairchild Semiconductor lançou o Fairchild Channel F, o primeiro videogame que utilizava cartuchos com jogos de fato. Foi o início dos arquivos que conhecemos hoje como ROMs, sigla para “Read Only Memory”, ou em português, “memória de apenas leitura”.
Rapidamente, a Atari aproveitou a ideia e lançou seu primeiro videogame, o Atari 2600, ou Atari VCS (Video Computer System). Em conjunto com a Activision, a empresa criou obras incríveis, tornando o console muito popular entre crianças e adultos na época.
Como funciona?
Imaginemos que um console retrô tenha sua funcionalidade similar a um cérebro humano e que, assim como nosso cérebro, a memória é algo muito importante, acessando a memória humana, por exemplo, é possível utilizar os conhecimentos teóricos que aprendemos na escola e aplicar no dia-a-dia.
Porém, os consoles retrô não tinham essa memória interna como ilustramos acima, para utilização do videogame, era necessário adicionar uma memória a ele, adicionando a fita ao console.
Este assimila os dados armazenados no cartucho e “joga essa memória” para a tela. 8 bits, 16 Bits e 64 Bits, que são termos muito conhecidos por nós quando tratamos de jogos retrô, são na verdade o tanto de memória que havia em cada cartucho para a utilização dos jogos.
Uso Atual
Mesmo depois de vários anos do fim do uso dos cartuchos nos videogames, as produtoras voltaram olhar com bons olhos este tipo de mídia, já que, conforme os jogos vão ficando mais “pesados”, ficam evidentes as restrições de velocidade oferecida pela mídia óptica.
Restrições essas que bastante reduzidas com a utilização da memória flash de hoje em dia, presente em pendrives, cartões de memória (SD e microSD) e mais ainda com SSDs (Solid-state drive – sem partes móveis, menores e com processamento muito maior a de um HD), que podem ser facilmente inseridos em um cartucho, tornando-o uma opção atraente para a distribuição de jogos.
Nós sempre tivemos os cartuchos como peças grandes nos consoles, porém, com o passar dos anos, eles teriam uma ótima aplicação em dispositivos portáteis, e o grande destaque com certeza vai para a Nintendo, que até mesmo em seu atual console (Switch) ainda aplica os cartuchos por conta da velocidade de leitura dos games, cada vez mais demandada, e devido à segurança de mídia, já que “hackear” esta mídia não é algo muito simples a ser feito. Vale lembrar que a Big N foi a última a abandonar a mídia entre seus principais concorrentes na quinta geração (Sega e Sony).
Lembrou-se da boa época das fitas? Então vamos assoprar um cartucho e cair na jogatina!