A Prefeitura Municipal de Vila Velha-ES (PMVV), junto à Secretaria de Educação do município (SEMED) e o Núcleo de Ensino de Robótica (NERO) está oferecendo aulas de Design e Desenvolvimento de Jogos Digitais para os alunos da rede pública. O projeto conta com aulas que vão desde o básico até o avançado.
Durante as aulas, os alunos aprendem a trabalhar com Criação de Histórias, Personagens, Arte 2D (PixelArt e Flat Design), Modelagem 3D, Lógica de Programação para Games 2D e 3D, Game Design, Publicação de Jogos Digitais, dentre muitas outras ferramentas. O maior objetivo do curso é fazer com que os alunos desenvolvam games e possam, além de aprender todas as tecnologias computacionais associadas, ter oportunidades de participar de um mercado de trabalho em constante crescimento no Brasil.
Segundo dados levantados pela Pesquisa Game Brasil, mais de 66% dos brasileiros joga algum tipo de vídeo game. Adicionalmente, segundo a Abragames, existem, atualmente, cerca de 200 empresas desenvolvedoras de jogos no Brasil. Esses dados tendem a aumentar ao londo do tempo, o que sugere que o desenvolvimento de Jogos Digitais é realmente um mercado promissor e em constante crescimento.
Para entender um pouco mais sobre como funciona o projeto, realizamos algumas perguntas o professor e idealizador do projeto Dr. Marcio Mageski Marques, confira:
Professor, obrigado pela atenção. Nos diga, por favor, quem foi o idealizador do projeto e qual o motivo de ensinar a desenvolver jogos para os alunos da rede municipal?
A concepção da ideia veio de mim mesmo, no final de 2018. Neste período, eu estava estudando desenvolvimento de games e pensei que seria interessante também para nossos alunos terem essa oportunidade caso eu conseguisse levar isso a um projeto em contra-turno (alunos estudam regularmente a tarde e vem as aulas do projeto pela manhã). Como professor de tecnologias na rede municipal de Vila Velha-ES, além de desenvolvedor e amante de games, percebi que os processos necessários para se criar um jogo digital são ferramentas ideias para a educação tecnológica.
Levei essa ideia aos coordenadores do Núcleo de Ensino de Robótica (NERO), Jadson Rafalski (Coordenador Geral) e Maria Aparecida de Faria (Coordenadora Pedagógica) no início de 2019. Assim, concordamos que a proposta seria interessante e inovadora. Além disso, estaremos, além de educando tecnologicamente, dando oportunidades para que os alunos alcancem esse mercado de trabalho em exponencial crescimento no Brasil.
No Brasil é muito difícil manter projetos desse tipo, quais os maiores desafios para iniciar o projeto e mantê-lo ativo?
No momento, os principais desafios são o hardware necessário para o projeto, uma vez que a maioria dos softwares são gratuitos. O desenvolvimento de games, em especial quando fazendo modelagem e usando engines 3D, requerem um equipamento computacional robusto. Mas, a PMVV, SEMED, NERO junto ao Colégio Mikeil Chequer (onde ocorrem as aulas) estão nos apoiando consideravelmente. Cremos assim que, logo, os desafios serão sanados.
Para finalizar, quais as perspectivas de mercado para os desenvolvedores de jogos no Brasil?
O mercado de desenvolvimento de jogos digitais está em exponencial crescimento no país. Nosso mercado conta hoje com ótimos jogos, desenvolvedoras e profissionais (Programadores, Game Designers, Artistas,…) que colaboraram para o seu crescimento. Adicionalmente, ótimos cursos de aperfeiçoamento, graduação e pós graduação estão formando bons profissionais.
Mas, ainda falta muito para que possamos alcançar as empresas internacionais, principalmente em termos de importância e oportunidades. Assim, acredito que a continuação na formação de bons profissionais, bem como seus jogos, irão acrescentar muito a este mercado. Por isso estamos oferecendo, no projeto, ferramentas para que esses alunos da rede pública possam imergir nesse mercado.
Segundo o professor Me. Jadson Rafalski, coordenador do projeto: “Os jogos eletrônicos oferecem, para a escola, a possibilidade de trabalhar de diferentes formatos, podendo ser utilizado tanto nos laboratórios de informática como na própria sala de aula. O aluno interage com jogos pelos mais diversos meios e lugares e joga em casa, na rua, no celular, no tablet, no videogame, por que ao invés de jogar não pode criar? Os jogos fazem parte de suas vidas, estão incluídos em suas práticas sociais.
Aprender brincando e jogando é inteiramente saudável e contribui para o desenvolvimento cognitivo dos estudantes, basta saber utilizar os recursos em favor de uma causa, como para poder educar. Por meio do projeto, os alunos são preparados e desafiados a criar games com o objetivo de desenvolver habilidades nas diversas ciências e suas tecnologias.”
Os aspectos positivos do projeto também são ressaltados pela diretora Sandra Fontoura: “Nossa escola, Deputado Mikeil Chequer, é pioneira no município e uma das poucas do país com o projeto de Design e Desenvolvimento de Games a ser usufruído por alunos da rede pública de ensino. As aulas são preparadas com referência nos melhores cursos de games do Brasil, o que implica que nossos alunos não perdem em qualidade quando comparados a outros cursos.”
Vale ressaltar que a WarpZone apoia essa iniciativa e torce para que esses alunos possam alçar grandes vôos e alcançarem um grande patamar na indústria de games.
Fontes:
Mais da metade dos brasileiros joga games eletrônicos
Desenvolvimento de games no Brasil cresce, mas ainda precisa de estímulo