Com a ascensão dos jogos independentes e suas ideias que ampliam muito o “gesso” da indústria de games, muitos jogos que usam o termo “Metroidvania” foram ganhando espaço, rendendo jogos cheios de expectativas. O termo é simples: são jogos que usam elementos tanto de Metroid, quanto de jogos Castlevania.

Isso significa que os mapas são enormes, e cheios de idas e vindas, para a exploração dos cenários e suas possibilidades. Além disso, a evolução do personagem também é levada em conta, com níveis elevados, novas armas e poderes entre as possibilidades.

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Entretanto, o “Metroidvania” mais antigo foi lançado muitos anos antes deste conceito ser popularizado. Estamos falando de Rygar, jogo da Tecmo feito em 1986, e que chegou no Japão com o nome de Arugosu no Senshi. Era um jogo de plataforma a ação, nos arcades. Mas para o NES, diferente dos jogos naturais daquela época, ficando mais próximo de Metroid, lançado na mesma época.

Parte de trás da capa do cartucho de Rygar para o NES

Para enfrentar os desafios, o jogador controla o “Guerreiro Lendário”, munido por sua Diskarmor, um escudo com uma corrente ligada a ele. A motivação para convencer o jogador a adentrar o seu mundo, envolvia o confronto com um dominador que ameaçava o mundo, após o surgimento de criaturas terríveis. Uma profecia, conectada ao governo de Ligar, diz sobre o retorno de um guerreiro morto, há muitos anos atrás. Este guerreiro é você, e assim começa a nossa aventura, para, mais uma vez, “salvar o mundo”.

Em tempos os quais exclusividade era apenas uma exigência da Nintendo e seus estúdios próximos, o jogo saiu, além dos arcades, para vários consoles e computadores, como o Sharp X68000, Commodore 64, Master System (somente no Japão), ZX Spectrum, Amstrad CPC e Atari Lynx. O NES também recebeu um port, que obviamente, ficou mais popular no Brasil, pois era este o console que estava, mesmo com clones, em alta por aqui. Para o 8-bits da Nintendo, o game chegou em 1987, tanto no Japão, quanto nos EUA (cujos games chegavam em vias extra-oficiais ao Brasil). Na Europa o jogo chegaria apenas em 1990.

O jogador vai, após fita encaixada e botão power apertado, para vários cenários fantásticos, na luta contra o vilão Rei Ligar, para assim, estabelecer a paz em Argool. Para cumprir sua missão, é preciso visitar cinco deuses Indora, que ofertam ao herói itens essenciais para chegar ao final do game. Cada deus está em um reino diferente, quase sempre protegido por um chefe, que deve ser vencido. Algo ainda não muito comum na época, o jogador poderia escolher a ordem das fases para se jogar, com a última fase sendo, obrigatoriamente, o confronto final contra o Rei Ligar.

A versão de NES chama atenção justamente por trazer o estilo Metroidvania, em contraponto com a versão arcade, que, obviamente, funciona como um jogo de ação em rolagem alteral padrão. Os cinco reinos do game vão oferecendo novas áreas, conforme o herói encontra novos itens, fazendo a versão em cartucho ficar mais no campo do RPG, do que no campo do side-scrooling.

Outro elemento interessante diz respeito ao progresso do game. Como muitos jogos de seu tempo, Rygar não permitia saves, por não contar com uma bateria, item essencial para progresso em jogos de cartucho daqueles dias. Para ajudar o jogador, senhas foram introduzidas, além de continues ilimitados, uma vez que não se trata mais de um jogo de ação e sim, de exploração.

As versões dos EUA e Japão de Rygar são praticamente idênticas, com mudanças muito pontuais, como o idioma, tela de título e apenas algumas trilhas sonoras diferentes entre suas versões. E trouxe, muitos anos atrás, um conceito que atualmente, é bem explorado e segue ofertando jogos maravilhosos.