
Terror, pânico e… uma galinha?!
É com essa mistura inesperada que Saborus, desenvolvido pela High Room Studio e publicado pela Qubyte, apresenta sua proposta: transformar um matadouro em um cenário de horror e stealth angustiante.
Desde o primeiro minuto, o jogo deixa claro seu impacto. Você controla uma galinha prestes a ser abatida pela rede fictícia Saborus. No instante final, ela escapa do gancho da linha de produção e cai no chão imundo do matadouro — e é ali, entre máquinas ensanguentadas e ruídos metálicos, que a fuga começa. A abertura cria um contraste marcante: primeiro um vídeo institucional colorido e amigável da marca, exaltando qualidade e bem-estar animal; logo depois, uma imersão brutal na realidade suja e violenta das instalações. É um choque proposital, e o jogo não tem medo de mostrar sangue, crueldade e carcaças de animais dilacerados.
Uma jornada de sobrevivência e stealth

Sem ataques, armas ou habilidades especiais, a galinha precisa sobreviver apenas com astúcia e pequenas interações. O jogador deve:
- Coletar baterias para ativar máquinas e liberar passagens.
- Ciscar caixas de força para provocar curtos-circuitos.
- “Hackear” computadores simplesmente andando sobre o teclado enquanto uma barra progride.
- Evitar funcionários que patrulham os corredores.
À medida que os níveis avançam, o matadouro se torna mais intrincado, com salas labirínticas que exigem atenção redobrada. A dificuldade cresce não apenas pela quantidade de inimigos, mas pela tensão constante: ser visto quase sempre significa morte instantânea, o que pode levar a longas (e frustrantes) sequências de tentativa e erro. E enquanto você avança, um plot perverso vai sendo revelado, mostrando experimentos grotescos que explicam, de forma perturbadora, o “sabor” tão elogiado da carne Saborus.
Ideia poderosa, execução irregular

Como obra indie de um time pequeno, Saborus entrega uma premissa corajosa e uma atmosfera única, mas também tropeça em alguns pontos. A falta de direção clara frequentemente deixa o jogador desorientado. Portas iluminadas que parecem indicar o caminho são apenas parte do cenário, caixas que deveriam servir como rota de fuga são inacessíveis e elementos importantes raramente são sinalizados.
Esse design pouco intuitivo faz com que algumas áreas sejam superadas mais por insistência do que por compreensão, outros detalhes como uma caixa de força que te eletrocuta te fazendo se afastar é na verdade uma parte do cenário que requer que você fique tomando choques para progredir, e o jogo não te avisa sobre isso.
O layout das fases também é repetitivo e confuso, caçar chaves em labirintos enquanto se é caçado por inimigos implacáveis pode cansar rápido alguns jogadores menos insistentes.
A galinha dos ovos de ouro.

Apesar das limitações de design, tecnicamente o jogo se mantém firme. Construído na Unreal Engine, oferece boa performance e diversas opções gráficas, permitindo rodar em diferentes configurações de hardware. Durante o teste, nenhum bug significativo foi encontrado, o que é um ponto positivo para um projeto indie.
Disponibilidade
O jogo conta com uma demo jogável na Steam e o lançamento acontece em 20 de novembro, nas plataformas: PC, PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series e Nintendo Switch.








