Em 2013, uma espera quase que utópica chegou ao fim. Shadowrun Returns era a tão esperada continuação de um RPG de mesa dos anos 80, adaptado para os videogames nos anos 90. Lançado para Super Nintendo, em 1993, Mega Drive e Sega CD, em 1994, Shadowrun fez relativo sucesso, e encantou fãs de ficção cientifica. Infelizmente, o jogo não foi continuado nas gerações seguintes.

Eis que a desconhecida Harebrained Schemes, resolve acabar com a angustiosa espera dos fãs ávidos por uma continuação.

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UNIVERSO E TEMÁTICA

No universo de Shadowrun Returns, magia e alta tecnologia coexistem num século 21 distópico. Seres como Orcs e Elfos convivem com humanos e máquinas. É comum encontrar indivíduos com implantes robóticos, gangues controlando máquinas, drones e computadores interligados à pessoas.

Gangues disputam controle de ruas caóticas e marcadas pela violência. Para se dar bem e garantir um pouco de sobrevida, é sempre bom conversar com algumas pessoas pelas ruas. Alguns te darão dicas de como transitar sem ter o desprazer de encontrar gangues rivais pelo caminho, outros poderão fornecer itens e trabalho extra.

A visão isométrica e a ambientação, são um show a parte.

CLASSES E ARQUÉTIPOS

Ao iniciar um novo jogo, depois de escolher o gênero do char, é possível escolher raça e arquétipo do mesmo. São 5 raças: Human (Humano); Elf (Elfo); Dwarf (Anão); Orc e Troll. Cada um com suas vantagens e desvantagens nos atributos, além do Karma, pontuação que define a evolução do personagem.

Cada classe tem vantagens e desvantagens que podem fazer a diferença nas equipes.

Os arquétipos são os mesmos independente da raça. Os arquétipos são: Street Samurai (Guerreiro especialistas em armas brancas e de fogo); Mage (Mago, domina a magia e combate a distância); Decker (ruim no combate corpo a corpo, mas muito forte na Matrix); Shaman (diferente do mago, está mais focado em curar e fortalecer aliados); Rigger (um programador que usa máquinas em combates, como Drones e cyborgs); Physical Adept (é como se fosse a combinação do Mago com o Samurai, usa energia interior para aprimorar seu combate corpo a corpo).

Rigger é um guerreiro comum quando está sozinho, manipulando máquinas se torna muito forte.

GRÁFICOS, TRILHA SONORA E JOGABILIDADE

Com lindos gráficos e visão isométrica, Shadowrun Returns tem fortíssimas referências retrô. O visual dá realmente a impressão de que é uma sequência natural do primeiro jogo, a clássica jogabilidade point and click, nos transporta para os computadores dos anos 90. A trilha sonora, apesar de um tanto pobre, é bem ambientada.

O modo de batalha é RPG tático, que voltou à tona em grandes franquias como  Gears Tatics e já foi fenômeno nos anos 90 em clássicos como Front Mission. Pode parecer simples no começo, mas com o decorrer da história, é preciso gerenciar bem sua equipe e tomar decisões durante a batalha, de acordo com as características de cada personagem.

Modo Batalha requer bom gerenciamento de equipe.

VALE A PENA JOGAR?

Shadowrun Returns não deve agradar tanto os jogadores que curtem RPGs mais atuais, e tem algumas lacunas no enredo e introdução à história, contudo sua pegada retrô e jogabilidade de nicho, tende a prender saudosistas, entusiastas do estilo Cyberpunk e os fãs do RPG Shadowrun. Apesar de simples, não é simplório. A quest principal pode ser finalizada em até 12 horas, para compensar foi lançada uma expansão chamada Shadowrun Returns: Dragonfall Director’s Cut.

Shadowrun Returns está disponível na Steam, bem como sua expansão, ambos por preços bem acessíveis.

O game vale a pena, seja para quem quer sentir de novo, o gostinho de um bom RPG tático na pegada dos anos 90, ou pra quem quer conhecer o universo distópico com um RPG simples de tiro curto.