Você já cogitou a hipótese de aquele jogo raro, caro e cremoso que você finalmente pôde desfrutar em versões repro e flashcarts estarem colocando em risco seu console? O objetivo aqui é desmistificar e esclarecer alguns boatos e coisas que às vezes lemos ou ouvimos falar. Vamos começar a investigação lá atrás, na época em que surgiram as primeiras revistas de games no Brasil.
No início da década de 90, a pirataria reinava absoluta no mercado de games brasileiro, devido à facilidade do contrabando de produtos falsificados que entravam no país pela divisa com o Paraguai. Quando a Tec Toy começou a comercializar cartuchos e consoles licenciados pela SEGA, ela imediatamente disparou uma campanha para tentar impedir que as lojas e locadoras comercializassem produtos piratas ou mesmo originais importados.
Evidentemente, para quem vendia os produtos originais e havia investido tempo e dinheiro para obter uma parceria até então inédita com uma fabricante japonesa de videogames, a pirataria era prejuízo garantido. Neste contexto, a segunda edição da Supergame (agosto, 1991), revista que cobria exclusivamente os consoles da SEGA, chegou a publicar um artigo chamado “Pau nos piratas – o que você precisa saber para não cair nesta cilada”, em que apresentava afirmações como: “este é um caso em que o barato pode sair caro”, “eles nem sempre funcionam”, “quem compra pirataria só pode reclamar para os piratas” e “não costumam primar pela assistência técnica”.
Em meio a esse burburinho todo, somado à dificuldade do jogador comum em diferenciar o um cartucho original de um pirata, foi gradualmente se formando uma grande confusão, assim como mitos a respeito do uso de cartuchos falsificados, que metiam medo em alguns jogadores de que seus consoles (na imensa maioria das vezes também piratas) pudessem ser danificados.
No final das contas, quem viveu esta história toda sabe o que aconteceu: praticamente todos usaram e abusaram de cartuchos piratas em consoles originais ou não e praticamente não se tem notícia de que algum dano tenha sido causado a qualquer console pelo uso dos cartuchos também conhecidos como “alternativos” (exceto o Nintendo 64, que não abordaremos aqui).
Três décadas mais tarde, hoje, em 2023, vive-se uma febre de cartuchos chamados “repro” ou “reprô”. São reproduções, ou seja, cartuchos de Nintendinho, Mega Drive e Super Nintendo, entre outros, fabricados atualmente por empresas ou pessoa sem licença ou permissão dos fabricantes originais e que utilizam componentes eletrônicos disponíveis nas lojas de hoje.
Grande parte das reproduções são provenientes da China, mas também há fabricantes nacionais. Uma das diferenças imediatamente reconhecidas é o maior capricho das repros nacionais em relação à qualidade das labels, carcaças, embalagens e manuais. Mas e a qualidade do miolo destas repros? Será que o projeto das placas e dos componentes eletrônicos das repros nacionais e chinesas é bom o suficiente? Ou será que “este é um caso em que o barato pode sair caro”? E os flashcarts chineses? E os Everdrives do Krikzz?
Para responder estas e outras questões muito importantes para a saúde dos nossos queridos consoles e bolsos, entrevistei Vinicius Nunes, um profissional com ampla formação na área e que trabalha com repros na Prisma Games.
[WarpZone] Antes de começarmos a conversa, gostaria que você se apresentasse para a Comunidade WarpZone. Quem é o Vinicius?
[Vinicius] Eu sou um entusiasta de eletrônicos antigos, programação de baixo nível, projetos de eletrônica e, é claro, retrogaming. Tenho formação nas áreas de Eletrônica, Física, Programação e Síntese de Sistemas.
Também tenho uma loja online de retrogaming, a Prisma Games, onde lanço minhas ideias e novidades pra ajudar a comunidade a ter acesso a um produto de qualidade a um preço justo. Além de tudo isso, eu rodo um canal no YouTube em que falo de maneira mais simples e didática dessa parte complexa de eletrônica.
[WZ] Recentemente, adquiri um “Everdrive China” junto com um Super Nintendo original. Como já havia ouvido falar que eles estragavam os consoles, fui pesquisar sobre problemas com “cartuchos chineses”. Dentre outras coisas, encontrei um post preocupante num fórum em que o usuário afirma que eles “trabalham numa voltagem menor que a do console e isso com o tempo estraga o bendito”. Ele inclusive cogita que o processador do SNES dele “foi pro saco” após 3 anos de uso de um everdrive chinês. Essa afirmação sobre a voltagem e sobre o processador do SNES são plausíveis?
[Vinicius] Muitos cartuchos repro, tanto do Aliexpress quanto do mercado nacional, utilizam projetos ou placas encontradas prontas na internet, sendo que muitas delas contêm falhas de design. A falha mais problemática de todas é exatamente a que a postagem do fórum aponta, ou seja, são placas que usam chips de 3,3V (como memórias flash) em sistemas projetados para funcionar com 5V (como as CPUs de Super Nintendo, Mega Drive, Nintendinho, entre outros).
Algumas placas são projetadas de maneira errada, fazendo ligações diretas entre chips que trabalham com 3,3V diretamente com o processador dos consoles que enviam e esperam sinais de 5V, não utilizando um tradutor de nível (Level Shifter: ver box), algo feito corretamente no caso do SD2SNES, por exemplo.
[Vinicus] Os Logic Level Shifters, como o próprio nome sugere, são chaveadores de níveis lógicos, sinal entra/sai de um lado em uma determinada tensão lógica e sai/entra do outro lado com outra tensão lógica, no nosso caso um lado fica para o console (operando em 5V) e o outro lado para os componentes que operam a 3,3V.
Já vi projetos usarem resistores, diodos e até sinal direto… mas não!!! Tem que ser Level Shifter, pois quando o processador do console envia um sinal de 5V para o barramento do Level Shifter, ele detecta na entrada e libera o sinal do outro lado só que de 3,3V (e vice-versa), ou seja, o sinal não passa e por isso não sofre perdas como em um diodo ou um resistor, é um sinal limpo e nas tensões de operação adequadas de cada componente conectado a ele.
[WZ] E qual o problema de ligar uma memória de 3,3V em um sistema de 5V, por exemplo? Eu já terminei diversos jogos no Everdrive China e atualmente estou jogando dois RPGs japoneses traduzidos para o inglês nele e não senti cheiro de queimado, problemas gráficos ou sonoros, superaquecimento, nada disso.
[Vinicius] Se um componente eletrônico exceder ou trabalhar próximo aos limites de tolerância especificados pelo fabricante no datasheet, isso pode levar à diminuição da vida útil, a comportamentos não previstos ou em casos extremos pode até queimar. Isso se dá pelo fato de que enviar um sinal de 5V para um chip de 3,3V faz com que no lado do console (processador) ele trabalhe com uma corrente maior do que a projetada para cada pino (e no Super Nintendo, por exemplo, são 24 de endereço, 8 de dados e 3 de controle… ou seja, são 35 pinos operando fora da especificação), gerando estresse excessivo nos pinos no momento dos sinais altos.
Já no lado do cartucho, ele recebe um sinal maior do que ele foi projetado para receber (5V ao invés de 3,3V), então a voltagem extra deve ir para algum lugar. Neste caso, ela vai para os diodos de clamp internos do chip, que são projetados para descargas rápidas e infrequentes de eletricidade estática… não para sinais prolongados, que vão superaquecê-los.
[WZ] Quando você fala de descargas rápidas de eletricidade estática, você está falando de quando a gente encosta em alguma superfície ou até em alguma pessoa e dá aquele choquinho?
[Vinicius] Sim são esses mesmos, quando você esfrega a mão ou o corpo em um carpete ou blusa de lã e toca em algo de metal, aquele “choquinho” que sai é uma Descarga Eletrostática (ESD). Esses “choquinhos” podem chegar a 15kV (15000V), porém eles acontecem em um tempo inferior a 1ns (um nanossegundo, um bilionésimo de segundo).
No instante que o componente recebe uma ESD, os diodos de clamp entram em ação, transformando essa energia elétrica excessiva em energia térmica, e como o tempo de operação é minúsculo (<1ns) o componente nem tem tempo de esquentar muito e está protegido todo seu conteúdo.
[WZ] Bom, então estou entendendo que a proteção que o chip tem contra tensões que superam o limite da especificação é projetada para proteger contra um choquinho rápido (chocão! até 15 mil Volts!) e não para ficar ligado horas e horas e horas recebendo os 5V do videogame. Já estou começando a ficar preocupado. Como faço para saber se o meu Everdrive China usa 5V ou 3,3V?
[Vinicius] Se fosse um cartucho repro nacional, você poderia perguntar diretamente para o vendedor ou fabricante qual é a voltagem dos chips utilizados, se é de 3,3V ou 5V. Como o seu Everdrive foi fabricado na China, o mais fácil é abrir o cartucho e verificar os chips que estão se comunicando com a CPU. Você pode fazer o mesmo com o seu cartucho repro nacional ou chinês.
[WZ] Aí está a foto da placa do meu cartucho. Eu não consegui ler nada do que está escrito nos chips, mas meu filho mais novo conseguiu e disse que o de cima é ALTERA MAX II e o de baixo é M29W640FT.
[Vinicius] M29W640FT é uma memória flash. Basta pegar esse nome e colocar no google, e na frente um “Datasheet”. OK, mas o que é um datasheet? – você deve estar se perguntando. Certo, o datasheet não é mais que o Manual do Componente, feito pelo fabricante e pelos engenheiros, que explica e descreve como ele funciona, os limites de operação, como tensões e temperaturas, além de todas as informações pertinentes. A pesquisa vai retornar em sua grande maioria um site que chama AllDatasheet.com. Como o nome sugere, esse site tem todos os datasheets, ele é um grande acervo.
NOTA: Prefiro procurar primeiramente no Google, pois a pesquisa interna do site é um pouco confusa.
[WZ] OK, baixei o pdf do datasheet do chip M29W640FT. Diz que é uma memória de 64Mb. E agora?
[Vinicius] Logo na primeira página, você já tem uma explicação dos níveis de operação do chip.
Como podemos ver aqui, esse chip opera de 2,7V a 3,6V para Escrita, Apagamento e Leitura. Logo, ele não deve estar ligado direto em um barramento de 5V, devendo ter um dispositivo intermediário entre ele e o processador para traduzir os níveis de tensão, como um Level Shifter, por exemplo. Ou seja, esse chip não deve estar ligado em uma série de resistores, diodos e muito menos – muito menos mesmo! – ligado diretamente ao conector do cartucho, que quando é encaixado no slot do videogame é conectado diretamente com o processador (CPU), que no caso do SNES trabalha com 5V.
Fazendo a mesma coisa com o chip ALTERA MAX II, obtemos o seguinte:
Este chip é um CPLD (Dispositivo Lógico Complexo Programável) e opera com 3,3V, com as mesmas consequências quando for ligado a tensões acima do limite.
[WZ] Bom, então a CPLD e a memória trabalham com 3,3 e 3,6V, mas na parte de trás da placa tem um monte de componentes enfileirados: RP1, RP2, RP3… RP9. Não seriam esses justamente os Level Shifters que fazem o meio campo entre os componentes de cerca de 3V e a CPU de 5V do console?
[Vinicius] Não, não. Esses componentes aí são chamados de “Redes de Resistores”, são componentes com 4 resistores juntos. O resistor serve em alguns projetos para limitar a corrente ou, no caso desse cart aí, a intenção era diminuir a tensão que vem do console pro componente…
O problema é que resistores não foram projetados para receber “rajadas” de sinais por segundo, e de acordo com o artigo de um engenheiro canadense chamado René [ver box Links Úteis], que fez vários testes sobre isso, a corrente chega a ser de 12,5mA em cada pino do barramento do processador… que foi projetado para uma corrente de 5,2mA, e o que acontece com tudo isso? Superaquecimento no processador, que está trabalhando além dos limites de operação… quase no triplo do limite.
[WZ] Bom, agora estou ciente de que meu Everdrive China usa chips de 3,3V e não usa Level Shifters, então os componentes dele estão operando fora da especificação e puxando mais corrente do que deveriam. Por outro lado, eu já usei esse cartucho por mais de 100 horas, jogando várias vezes 3 ou 4 horas direto com ele ligado, mas não houve nenhum problema visível até o momento.
[Vinicius] Utilizar um componente eletrônico com corrente, tensão ou temperatura fora da especificação no mínimo reduz seu tempo de vida quanto mais ele é submetido a essas condições imprevistas no projeto. Falar “ah mas eu uso Everdrive China do Aliexpress e games repro da Empresa X ou Y a mais de 100 horas e nunca tive problemas” seria o mesmo que dizer “ah mas eu fumo direto a 4 anos e não tenho câncer nem nada daquelas coisas estampadas no maço de cigarro”…
[WZ] Pesado isso. Então o vendedor e o fabricante dos flashcarts e repros deveriam alertar sobre isso na embalagem igual como fizeram com o cigarro, já que pelo menos o fumante sabe os estragos que pode estar fazendo contra si mesmo antes de fumar. Mudando de assunto, você já comentou que o SD2SNES usa Level Shifter, o que garante que esse flashcart converse com o processador do SNES em sinais de 5V, ou seja, sem forçar nem o cartucho e nem o console. E quanto ao Super Everdrive e demais flashcarts do Krikzz? Todos usam Level Shifter?
[Vinicius] Depende da revisão que estamos falando. O René fez uma análise de diversos modelos de Everdrives do Krikzz quanto a este problema e revelou em uma entrevista ao Retro RGB que tem revisão que está boa, mas outras não. Além disso, são decisões bem estranhas: em uma revisão de um Everdrive dele, por exemplo, ele usa Level Shifter em parte do barramento mas não usa no restante.
[WZ] Agora doeu. Eu tinha plena confiança nos produtos dele. Até o Krikzz?! E quanto aos cartuchos repro, existem fabricantes dentro ou fora do Brasil que utilizam um projeto de placa que trabalha com componentes que respeitam os 5V exigidos pelo Super Nintendo ou então de 3,3V com Level Shifter? Se eu quiser completar a minha coleção com cartuchos repro, existem opções seguras?
[Vinicius] Existem sim, mas o grande problema é que muitos vendedores, talvez por falta de conhecimento, não sei, pegam projetos prontos da internet e nem sequer validam a qualidade do design dos projetos e componentes usados, colocando assim no mercado itens de qualidade duvidosa, pois a diferença de preço dos chips não justifica em nada o uso desses de 3,3V ou de placas mal projetadas.
Na Prisma Games eu sempre sigo à risca a operação do console e os datasheets dos fabricantes dos componentes utilizados em todos os projetos, e dentro disso eu sempre dou a liberdade de ver um caminho de melhor custo/benefício para a venda final. Além dos projetos que faço na Prisma Games, tenho alguns projetos em conjunto com o Nilton (mais conhecido como NintenDUINO) e o Alirio (Squallsoft).
Com relação a este último, talvez vocês já tenham se deparado com vários projetos novos de Nintendo, Master System entre outros de autoria dele lançados por aí por outras empresas. Eu penso que independente do vendedor, o ideal é sempre checar se ele é transparente. Eu, por exemplo, tento explicar ao máximo o que estou usando ou fazendo com meus projetos, ou seja, as pessoas perguntam e eu sempre respondo de maneira clara. Nilton também faz isso no canal dele, e o Alirio por meio de um Blog… Acho que é isso: transparência.
[WZ] No final desta nossa conversa, estou convencido de que esses carts que usam chips com a tensão inadequada estão desgastando os componentes do cartucho. E quanto ao console que usamos com estes cartuchos, pode haver algum dano ao console? Muita gente falava na época da pirataria que os cartuchos queimavam os videogames e inclusive a revista Ação Games chegou a afirmar isso em sua edição n.º 131. Esta questão da tensão inadequada pode estragar também o console ou o dano fica somente no cartucho?
[Vinicius] Como eu mencionei anteriormente no caso dos resistores, o processador gera quase o triplo da corrente por pino do barramento e isso gera superaquecimento no processador do console… Eu comprei um cart chinês tempos atrás do Pokémon Crystal para um vídeo de análises no meu canal.
Eu coloquei no meu Gameboyzinho pessoal e adivinha…? Matou o processador! Mas não a ponto de não ligar, ele liga, passa a intro, você clica em “New Game” e aparece o professor, mas fica congelado… e estava tudo certinho horas antes quando testei outro game de Pokémon. O problema não é o jogo “pirata” como mencionado na revista, o problema é a qualidade de produção, design e afins. Se você tem algo bem projetado, você tem algo similar a um original…
[WZ] Lamentável esta experiência com o Crystal pirata. Você poderia mostrar para nós uma placa de cartucho repro que usa chips de 5V e uma que usa chips de 3,3V com Level Shifter para que possamos conhecer o aspecto deles e verificarmos se constam em nossos repros e flashcarts?
[Vinicius] Essa placa que achei na internet mostra um exemplo clássico do que não se fazer… No canto inferior direito, temos dois diodos para alimentar o cartucho… Se você está projetando um cart, você sabe que precisa de regulador de tensão e não das quedas de tensão do diodo… Além disso, a Flash usada, esse chip grande aí, é a 29L3211MC, que é uma memória de 3,3V, segundo seu datasheet… mas está ligada direto no barramento, um perigo total ao game.
Já esta outra placa é um projeto nosso para jogos de coletânea com menu (estilo Mario All-Stars). Nele, eu usei uma memória de 3,3V (em azul) e, como você pode ver, temos aqui 3 Level Shifters (em amarelo) para regular a tensão e fazer a comunicação dos dados sem danos ao processador do Super Nintendo. Se você quiser mais informações, tenho alguns vídeos no meu canal do YouTube [ver box Links Úteis] apresentando análises dos projetos.
[WZ] Vinicius, muito obrigado pelo seu tempo, pela sua paciência e por todas as informações que você forneceu!
Agora é possível responder com segurança se cartuchos reprô e flashcarts podem estragar seu videogame. A resposta é talvez: vai depender do projeto da placa de cada um deles, inclusive com fabricantes e vendedores como o Krikzz, que em uma versão da placa está tudo bem, mas em outra não. A saída é ficar de olho, questionar o vendedor/fabricante e não deixar de olhar a placa e consultar os datasheets dos componentes. Só assim para poder curtir aquele game no fim de semana sem esquentar a cabeça (e o console).
Quanto aos consoles, que são a minha maior preocupação, estou entendendo que também correm risco, como aconteceu com o Game Boy do Vinicius, mas, mesmo que não quebrem logo de uma vez, também podemos estar reduzindo o tempo de vida deles usando cartuchos mal projetados, principalmente os que jogam 3,3V direto no barramento de consoles que trabalham com 5V.
No meu caso específico, agora vejo que por muito tempo negligenciei meus consoles, já que nenhuma vez me preocupei com a possibilidade de os carts de origem duvidosa que uso poderem reduzir seu tempo de vida útil ou causar algum dano aos meus videogames. Assim sendo, o Super Ever Drive China Ver., por exemplo, vou passar pra frente, mas obviamente avisando o comprador de que ele provavelmente estará reduzindo o tempo de vida de seu console.
Após o bate-papo, já dei uma pesquisada rápida na internet e descobri que tanto o multicart de 150 jogos em 1 quanto o de 852 em 1 (que eu deixo muitas horas ligados no Famicom original com meus filhos jogando) são o pior caso possível, ou seja, usam componentes de 3,3V sem nem resistores (que, segundo o Vinicius, estão longe de ser o ideal) entre eles e os conectores, conforme as fotos a seguir. Estes nunca mais serão encaixados em um videogame original meu. Talvez eu ainda os use em famiclones, mas também nunca mais por horas e horas.
Definitivamente, de hoje em diante, repro, multicart e flashcart eu só vou comprar depois de olhar a placa e ter certeza de que operam com componentes compatíveis com os consoles.