Em tempos que o Nintendinho (NES) dominava totalmente o mercado de consoles, a SEGA, além de não ter a mesma força nos seus títulos próprios, ainda se via impedida de formar parcerias com grandes desenvolvedoras da época. Isso devido à algumas cláusulas de contrato que impediam que as mesmas produzissem jogos para outros consoles que não fossem da Nintendo.
Dentro desse cenário complicado de grande desvantagem, a Sega teve que correr atrás e criar ou publicar jogos que possuíssem grande inspiração em sucessos de venda do console rival.
Pensando nisso, separamos uma listinha de cinco destes jogos com essas características para o Master System. Confira:
1 | MASTER OF DARKNESS
Começamos com Master of Darkness, um jogo de plataforma que tem toda a pegada do sucesso Castlevania, da Konami, cuja versão de consoles é exclusiva para o Nintendinho.
No game, o famoso chicote Vampire Killer é substituído por um florete, além de outras armas, e ataques secundários que proporcionam outras formas de atingir os inimigos. Essa jogabilidade, aliada à temática sobrenatural e ao design de fases, com escadas e mudanças de tela, fazem com que estes jogos tenham inegáveis semelhanças.
2 | PHANTASY STAR
Phantasy Star é um grande RPG do Master System, super aclamado por crítica e público. Aqui no Brasil, muitos têm um carinho especial pelo jogo por, além da sua qualidade, ter sido traduzido para o português pela Tec Toy, facilitando o acesso da grande maioria dos jogadores, que não eram fluentes em inglês.
Acontece que muito do que é o Phantasy Star é devido ao primeiro Dragon Quest (Dragon Warrior, no ocidente) com várias de suas características sendo aproveitadas, como a forma que os mapas são desenhados, mantendo o mesmo tamanho do sprite do personagem fora das cidades e diminuindo o tamanho dos elementos do mundo, a interação com os NPCs e até mesmo o sistema de combate com uma visão em primeira pessoa.
3 | ZILLION
Aqui temos mais um jogo que foi sucesso no Brasil. Em parte por já conhecermos o brinquedo pistola Zillion e também o anime de mesmo nome que era exibido nas manhãs da Rede Globo. Quando paramos para analisar esse jogo, podemos ver certas semelhanças com o primeiro Metroid, lançado originalmente para o Famicom Disk System no Japão.
Ambos são jogos que usam elementos de plataforma e tiro, começando com o personagem principal deixando seu veículo e adentrando uma instalação subterrânea repleta de labirintos. Em Metroid o que nos impede de prosseguir pelos mapas são as habilidades que precisam ser adquiridas. Fazendo com que o jogador precise voltar diversas vezes em telas já visitadas. O mesmo acontece em Zillion, porém com o uso de computadores e cartões de acesso para abrir portas, desativar lasers, mover elevadores e etc.
E como não lembrar da contagem regressiva do final dos dois jogos, criando uma urgência em fugir do local antes que seja tarde demais?!
4 | GOLDEN AXE WARRIOR
Golden Axe Warrior se aproveita do nome da prestigiada franquia de beat ’em up da Sega para trazer uma jogabilidade bem diferente da habitual. Em uma aventura com visão superior e elementos de RPG.
É fácil notar diversas semelhanças com os jogos da franquia The Legend of Zelda. Que incluem a forma como mudamos de uma tela para outra. E até mesmo como o personagem levanta os itens encontrados dentro dos baús. Com direito a musiquinha e tudo.
Por ter sido lançado no mesmo ano de The Legend of Zelda – A Link to the Past, acaba apresentando tanto qualidade gráfica, quanto possibilidades dentro do jogo bem maiores que o título original, do Nintendinho.
5 | ALEX KIDD IN MIRACLE WORLD
Por último, deixamos aqui uma tentativa da Sega de criar um novo mascote depois de não conseguir emplacar a popularidade do Opa-Opa, simpática nave de Fantasy Zone. Podemos dizer com tranquilidade que dentro da história dos games existe um antes e um depois de Super Mario Bros., seja falando em jogabilidade, level design ou da própria figura como representante de uma empresa.
Dando mais um passo nessa corrida por um mascote que, além de apresentar um bom jogo, tivesse aceitação do público, surge Alex Kidd in Miracle World. É fácil perceber a inspiração, que vai desde as cores escolhidas para o sprite do personagem até a forma como ele quebra blocos pela fase, usando seus punhos. Porém, precisamos destacar um dos pontos de originalidade do primeiro jogo de Alex Kidd. Que é a variedade de power-ups e possibilidades, bem antes do lançamento de Super Mario Bros. 3.
Hoje sabemos que o projeto inicial era um jogo baseado em Dragon Ball. Mas, mesmo assim, ainda não dá para saber o quanto do jogo permaneceu da forma que foi pensado e o quanto foi modificado para se adequar. E nem sequer se o Goku usaria suas roupas azuis ou vermelhas da primeira fase do mangá.
Se você curtiu essa matéria, não deixe de ouvir os episódios do WarpCast relacionados ao tema:
WarpCast 18 – Master System
WarpCast 19 – Phantasy Star
WarpCast 67 – Super Mario Bros.
WarpCast 75 – Metroid
WarpCast 85 – Castlevania
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