Dawn Of The Monsters é o novo beat em’ up da 13AM Games, que traz para o estilo clássico dos arcades a temática dos kaiju, com monstros gigantescos, heróis de tokusatsu e robôs no melhor estilo Gundam. É briga de rua, mas está autorizado destruir a cidade!
O jogo se passa na Terra no ano de 2065 CE, três décadas após uma catástrofe climática que resultou na invasão dos Nephilim, monstros que variam de 50 a 70 metros de altura e só pensam em destruir tudo que vêem pela frente, se movimentando em hordas.
Para contê-los, a DAWN (Defence Alliance Worldwide Network, Rede Mundial da Aliança de Defesa em português) reuniu uma equipe formada por quatro combatentes: o herói Aegis Prime (no melhor estilo Ultraman), a mecha Tempest Galahad (controlada através de telecinese pela piloto Jamila Senai), o “Vulcão Vivo” Megadon e a “Terror dos Mares” Ganira – estes dois últimos, monstros Nephilim reformados que lutam ao lado dos terráqueos.
Cada personagem tem características próprias como é padrão no gênero, sendo, respectivamente, os arquétipos veloz, equilibrado, forte e defensivo.
O jogo tem modo cooperativo e é dividido em 37 estágios, que se passam em cinco localidades: Toronto (Canadá), Foz do Iguaçu (fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai), Cairo (Egito), Tóquio (Japão) e o misterioso Triângulo das Bermudas. Os cenários são simples e, com tantas fases, acabam se tornando repetitivos.
Mesmo com essa questão, Dawn Of The Monsters tem visual bonito, com gráficos 2.5D e inspirado nos quadrinhos estadunidenses, além dos elementos da cultura japonesa. Segundo o site oficial do jogo, a referência para o design vem das obras de Mike Mignola, quadrinista criador da série Hellboy, influência que pode ser sentida principalmente no design dos Nephilim.
Não só durante a jogatina, a estética dos quadrinhos aparece por toda a parte no jogo, incluindo os diálogos – todos em inglês, assim como as legendas – e as cutscenes, que são um grande destaque de Dawn Of Monsters. Com muitos extras, o game inclui arquivos da base de dados (Archieve) sobre os personagens, que vão desde pinturas rupestres até análises anatômicas do corpo dos Nephilim, além de artes exclusivas, disponíveis na galeria após completar missões com classificação S.
Na variedade dos vilões, a repetição não é ponto negativo. Embora exista um bom número de monstros diferentes, a troca de cores nos personagens é característica antiga nos beat em’ ups: se o mesmo boneco aparece com uma roupa de outra cor, o jogador sabe que ele será mais difícil. Aqui a variação não se resume às cores: quando a criatura reaparece com motivos amarelos, por exemplo, ela ataca com poderes elétricos. Além dos desafiantes comuns, os chefes trazem referências diretas aos monstros japoneses clássicos, como Ghidorah e Biollante, inimigos de Godzilla.
As lutas em Dawn Of The Monsters ocorrem como em jogos recentes do estilo, como Tunche e Battletoads. Os inimigos não aparecem por toda a fase – o jogador anda por espaços vazios (onde pode encontrar power ups) e então enfrenta hordas que surgem no cenário, que pode ser completamente destruído pisoteando pontes e arremessando prédios. A variação nos Nephilim também faz com que as batalhas precisem ser pensadas: existem os disparadores de projéteis, os que atacam a distância, os que explodem, e outras variações que levam o jogador a criar estratégias.
Para enfrentar as criaturas, o jogador conta com três ataques básicos: em movimento (dash) e leves (light), os mais simples, e pesados (heavy), que podem ser carregados. Além deles, existem as habilidades especiais, que usam a barra de raiva (rage) e são acionadas no melhor estilo X-Men Legends. Há também o ataque de cataclisma, um golpe destruidor que pode ser usado quando seu medidor estiver completo.
Durante as fases, o personagem pode recuperar sua vida ao absorver o monstro antes de matá-lo, mecânica essencial já que, caso o jogador morra, precisa voltar ao início da fase. Ao finalizar o estágio, é possível escolher duas opções de Ampliações de DNA (Augments), que são equipadas antes do início dos estágios e conferem bônus e variações nas estatísticas do personagem. Essa característica adiciona ao game elementos de RPG de forma simples, que tornam cada jogatina diferente.
Ao finalizar o estágio o jogador também pode optar por não receber os Auguments e sim uma quantia do dinheiro do jogo, que pode ser usada para comprar aumentos nas barras de vida e raiva, ou então skins, aqui chamadas de palettes (paletas). Como o próprio nome sugere, elas alteram apenas as cores dos personagens, sem ter muita função durante a jogatina. A mais interessante é “90s”, disponível para a personagem Ganira, uma referência direta a Neon Genesis Evangelion e às cores da Unidade EVA-01.
Um último ponto negativo de Dawn Of The Monsters é o som, que não é aproveitado como elemento para trazer mais emoção em um jogo onde explosões, grunhidos e uma infinidade de barulhos poderia ser melhor utilizada, assim como a trilha sonora, que não traz músicas marcantes, como é comum nos games do estilo.
Apesar das limitações citadas, Dawn Of The Monsters é um bom beat em’ up moderno. Não são muitos os jogos que, como King Of Monsters e Rampage, permitem ao jogador o prazer de destruir cidades ou enfrentar criaturas gigantescas de igual para igual. A novidade da 13AM Games é trazer esses elementos para o estilo briga de rua. Para quem é fã do gênero e quer experimentar uma nova temática, o game é uma boa pedida, com visual atraente, controles fáceis de dominar, mecânicas simples e dificuldade moderada.
Se você gosta de formato físico e itens colecionáveis, prepare-se: a edição da Limited Run, disponível para Nintendo Switch, Playstation 4 e 5 está inacreditável.
Dawn Of The Monsters está disponível para Nintendo Switch, PC, PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series X e Stadia.