Quem viveu, viu. Driver 3, ou Driv3r, foi um dos primeiros games que contaram com o chamado “hype” como conhecemos hoje, no meio dos anos 2000. Eram dias os quais o mundo caminhava para a presença digital, que rendia várias informações sobre o game. Isso gerava muitas expectativas, devido ao sucesso dos outros dois games, lançados para PlayStation.

Mas o resultado não foi o esperado. Acusado de pagar revistas de games para dar notas mais altas, o game não era nem metade do que alguns dos reviews apontavam. Limitações técnicas e, principalmente, os muitos bugs (em tempos nos quais não era possível corrigi-los de forma online, como hoje em dia), fizeram o game não só nem chegar perto do fenômeno da época, o GTA, como fez com que a série entrasse em total descrédito junto aos gamers.

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A série chegou a se recuperar, com games melhores. Mas eventualmente teve seus direitos adquiridos pela Ubisoft, que preferiu engavetar a série para dar lugar para a sua atual série de mundo aberto Watch Dogs.

Mas, no Game Boy Advance, a situação foi um pouco melhor. O GBA recebia versões portáteis de diversos games de sua época, onde mudanças eram realizadas, para que o game ficasse adequado no portátil. Com Driv3r a situação não foi diferente. A história é basicamente a mesma, mas o jeito de se jogar é outro.

E isso, o que poderia significar que a versão de GBA seria mais simples em relação às versões de console, na verdade foi o que salvou o port. A história, a mesma que mostra Tanner se infiltrando na gangue South Beach em Miami, troca as cutscenes por diálogos com cenas do jogo. A versão portátil também perdeu a capital turca Istambul, como uma das cidades do game. Apenas Miami, nos EUA e a francesa Nice permaneceram.

O formato de jogo é o básico de Driver. Em 25 missões, era preciso perseguir carros, chegar em locais em um limite de tempo, proteger personagens, fugir da polícia e participar de tiroteios, como em qualquer jogo do gênero. E o jeito de jogar é semelhante aos dos games de mundo aberto da época, em um excelente trabalho para o GBA.

Veja só o game em funcionamento:

O bacana deste port é que o GBA, em sua imensa maioria, contou com jogos em 2D, alguns até usando recursos dos tempos do Super Nintendo, isso quando não eram ports diretos dos games de 16-bits. A solução foi trazer um ambiente modelado em 3D com textura e carros como sprites. Algo que trouxe um efeito tridimensional bem interessante para um console mais limitado.

Driv3r, poderia ter saído, por exemplo, para o Nintendo DS, já que chegou em 2005, quando o portátil de duas telas já estava disponível. Mas a aposta da Atari na época foi o portátil que já estava nas mãos dos jogadores, e ainda assim, mostra a qualidade da VD-dev, a empresa que ficou responsável pela adaptação.