Você sabia que Resident Evil quase foi um game de Super Nintendo? Quem trouxe esta informação foi Koji Oda, que em 2017 comentou para a Game Informer que a iniciativa de produção do primeiro game da série começou em 1991. Oda havia acabado de chegar na Capcom, que vivia dias de alegria com o sucesso de Street Fighter II.
Sua tarefa era trabalhar com games como Super Ghouls ‘n Ghosts e The Magical Quest Starring Mickey Mouse, mas acabou sendo alocado no time que faria o que seria, no momento, o sucessor espiritual de Sweet Home. Aquele jogo de NES, lançado em 1989, que trouxe diversos elementos utilizados posteriormente em Resident Evil. O console alvo desta então inédita aventura com zumbis era o Super Nintendo, o console mais poderoso da época.
Mas, com a chegada do Playstation no Japão em 1994, a equipe – de acordo com Oda – acabou migrando o projeto para o então novo console da Sony (e posteriormente ao Sega Saturn), por acreditarem, assim, que o maior poder do 32-bit fosse útil para uma melhor atmosfera de terror. Nem precisamos dizer que a ideia se mostrou correta: Resident Evil não só foi apenas um sucesso, como se tornou um game influente. Ou seja, que gerou diversos de games semelhantes com o passar dos anos.
“O codenome do jogo era apenas, literalmente, “jogo de terror”, explica Oda. “No SNES, trabalhávamos com espaço limitado em disco rígido, não sendo como se pudéssemos colocar um filme por lá, Se tivéssemos concluído o jogo no SNES, tenho certeza de que teria sido consideravelmente diferente. Por exemplo, foi originalmente definido que o jogo seria em um lugar que não tinha nada a ver com a realidade, como um lugar infernal.”
Dito isto, hora de imaginar. Como seria caso Resident Evil chegasse ao Super Nintendo, e não ao Playstation? De cara, já é possível descartar trilha sonora, imagens em CG, vídeos e toda aquela atmosfera que colocou medo em muita gente nos anos 90. Mas havia elementos que foram utilizados em outro game do 16-bit da Nintendo: Goof Troop.
O game do Pateta, feito pelo mesmo Shinji Mikami de Resident Evil, compartilha de vários elementos de gameplay, como o fato de ir e voltar pelo cenário, na busca de itens, a resolução de puzzles, e mesmo a programação dos inimigos, que te “sentem” e te perseguem. Então, sim. Alguns elementos que vimos no PlayStation estaria disponível.
Mas, e a atmosfera de terror? Clock Tower, que também saiu para o Super Nintendo, mesmo sendo mais limitado, conseguia sim, através de um ótimo trabalho, trazer medo a quem jogava. Era um game mais focado no uso do cérebro do que na força bruta, e com uma garota que tinha como objetivo fugir de um Serial Killer, provou que o 16-bit da Nintendo poderia sim receber bons games de terror.
Relembre a abertura do game:
Outro argumento, mais “palpável”, está no Mega Drive. Já faz alguns anos que um grupo fez Bio Evil, uma versão de Resident Evil para o 16-bit da SEGA. Conhecido pela comunidade, é um jeito de mostrar como o game se comportaria. Mais focado no “como seria se” do que em trabalhar em uma real atmosfera de terror no console. Veja como o game está:
Ele pode, inclusive, ser baixado e jogado em emuladores ou em flash cards, direto em seu Mega Drive. Se quiser conferir, basta visitar a página.
Mas conte para nós: você acha que Resident Evil no Super Nintendo seria uma boa? O game seria o mesmo fenômeno, mesmo com os recursos mais limitados do 16-bit da Nintendo? Ou a decisão de levá-lo ao PlayStation foi, de fato, a decisão correta?