Apesar de Dragon Ball ter aparecido ao mundo pela primeira vez em 1984, nós brasileiros só tivemos grande acesso ao universo de Goku e seus amigos em meados dos anos 90, com um aumento de presença nos anos 2000. O anime que mostrava as primeiras aventuras de Goku chegou ao SBT em 1996, enquanto em 2000, Dragon Ball Z chegava à Band, para depois ir para a Globo. Lembrando também das exibições no Cartoon Network.

O anime fez tanto sucesso, que guiou uma espécie de “segunda onda” de animes no Brasil, e ainda causou o famoso “efeito Mandela” do 11 de setembro, onde muita gente ainda hoje jura de pés juntos que o Plantão da Rede Globo que anunciava o triste episódio em Nova York apareceu “justo na hora que Goku se tornaria Super Saiya-Jin Nível 3”.

PROPAGANDA

Tal sucesso fez com que o interesse aos jogos do universo Dragon Ball, seja as novidades daqueles dias, ou mesmo os jogos mais antigos, aumentasse. Muitos procuravam conhecer mais da obra de Goku através dos games, e a Ação Games resolveu dar espaço para a série em suas páginas, em maio de 2001.

Na edição #163 da revista, a matéria especial “Saga revista em games” convidava o leitor para “conhecer os jogos baseados na série japonesa”. A matéria começa com uma breve apresentação sobre Akira Toriyama e sua obra, lembrando do início do relacionamento dos brasileiros com as aventuras de Goku.

A matéria também explica as sagas de Dragon Ball, de maneira mais direta e simples, dividindo entre a série original, a série Z e a GT. Foi lembrado que, na época, a Infogrames (que se transformaria em Atari – sim, aquela Atari – posteriormente) havia adquirido a licença de games futuros, que na verdade seriam os games Budokai, entre outros da série, que foram distribuídos pela empresa no Ocidente.

Foi lembrado que os games, que ainda não tinham nenhuma informação, já que o primeiro Budokai chegaria apenas um ano e meio depois, poderiam ser como seus antecessores dos anos 90, como os jogos de Mega Drive, Super Nintendo e PlayStation, com “luta e muita pancadaria, mas com gráficos em 3D”. Não poderiam estar mais certos.

A matéria ainda contou com o próprio Goku, em voz e gritos.

Mas a matéria também trouxe um convidado especial: o próprio Goku. Ou melhor, Wendel Bezerra, o dublador do personagem. Na época, Wendel tinha 26 anos de idade, e já tinha 18 anos de dublagem. Para a Ação Games, ele contou que “teve uma reação preconceituosa” ao saber que dublaria um “desenho japonês”. Vale lembrar que no contexto da época, os desenhos japoneses ainda não tinham o mesmo entendimento de hoje em dia.

Mas, ao começar a dar voz para Goku, o dublador começou a pegar gosto. Ele disse achar a série muito engraçada, e viu que Goku não era um herói “típico”, por ser comilão e “tomar esporro da mulher o tempo todo”. Wendel também observou que a série não é violenta “gratuitamente”, dizendo que “há sempre uma mensagem por trás da coisa”.

Dragon Ball fez história no Brasil, e também fez parte das revistas de games. E a história das revistas de videogame é uma que a WarpZone, junto com a ZeroQuatroMedia, vai contar, em um documentário especial.

Iremos trazer dezenas de horas de entrevistas exclusivas com alguns dos maiores jornalistas, editores e membros da indústria de games do Brasil. Redatores das revistas Ação Games, Videogame, Super GamePower, Gamers, Nintendo World e tantas outras contam algumas das maiores histórias, desafios e obstáculos deste mercado. Além de conversas e histórias com alguns dos principais contribuidores de games no Brasil nos anos 1990 e 2000.

Para saber mais, e colaborar, é só acessar o site da campanha. A partir de R$ 50, você vai levar o DVD com o vídeo. E a partir de R$ 100, você apoiará o projeto e já terá direito a levar o Blu-Ray. Confira um pouco da nossa iniciativa no trailer abaixo: