A história dos videogames está repleta de franquias consagradas, jogos que se tornaram clássicos e best sellers, no entanto muitos bons jogos ficam de fora dos famosos Top 10 de cada console ou geração, ou nem sempre são lembrados por fãs e mídia especializada.

Nesta matéria – que precisaremos dividir em duas partes – vamos falar sobre pelo menos um jogo de cada console (dentre os principais) entre as gerações 8 e 32/64 bits, que poderiam estar entre os principais títulos lançados para as suas plataformas, mas infelizmente alguns estão no limbo.

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NES | VICE: PROJECT DOOM & BUCKY O’HARE

O fim de geração para os proprietários de Nintendo 8 bits foi excelente, os jogos lançados a partir do final da década de 80 conseguiam extrair o poderio máximo do console, alguns tinham potencial para fazer frente a já presente geração 16 bits.

E este é o caso de Vice: Project Doom. Lançado pela Sammy, em 1991, com o nome de Gun-Dec, no Japão, o jogo conta com dois tipos de jogabilidade. Na primeira fase, a movimentação da tela é vertical, similar a jogos como Spy Hunter e Road Fighter; no restante do game a movimentação é a tradicional rolagem lateral, com inúmeras plataformas e inimigos.

As duas primeiras fases do jogo

Ambientado num futuro caótico, a trama se passa na cidade fictícia de Vice (te lembra alguma outra cidade?), onde uma empresa chamada Beda Corporation começa a produzir um produto responsável por clonar alienígenas que haviam se infiltrado na Terra.

No papel do agente especial Quin Hart, o jogador deve ir atrás dos produtores do tal produto e desvendar os mistérios por trás da corporação, além de ter que descobrir o que aconteceu com o parceiro do protagonista, o detetive Reese.

No ano de 1992, a geração 16 bits já era uma realidade no mercado, contudo os consoles de 8 bits ainda faziam sucesso em lares e locadoras, sobretudo no Brasil, onde o Super Nintendo só chegou de forma oficial no ano seguinte.

Aqueles que não podiam importar um SNES aproveitaram ainda alguns lançamentos com os seus Famiclones, e um que é digno de ser confundido com um título de 16 bits é o Bucky O’Hare. Desenvolvido pela Konami, o excelente título de plataforma é baseado num quadrinho de mesmo nome lançado nos anos 70.

Desafio na medida certa, é um dos jogos mais divertidos do NES

Com temática espacial, a história é centrada no coelho Bucky e sua tripulação, que pretendem combater o Império dos Sapos e o computador Complex para salvar a galáxia. O jogo segue a receita dos clássicos títulos de plataforma, com destaque para os sprites bem definidos e level design com a assinatura da Konami.

MASTER SYSTEM | KENSEIDEN

O videogame de 8 bits da Sega passou bastante perrengue para conseguir bater de frente com o seu rival NES, principalmente por conta dos contratos de exclusividade da Nintendo com algumas desenvolvedoras. Mas quem pensa que o Master System fez feio, está redondamente enganado. A Sega teve que produzir seus próprios jogos, e o-fez muito bem.

O Master System recebeu títulos aclamados como Alex Kid e Fantasy Zone, mas grande parte do sucesso se deu pelos seus excelentes ports vindos do Arcade como Altered Beast, Afterburner e Shadow Dancer. É possível que tantos bons títulos tenham ofuscado o promissor Kenseiden.

Lançado em 1988, Kenseiden é uma aventura samurai ambientada no Japão Feudal, e sua história começa quando Hyato, membro de uma tradicional família de Samurais, viaja pelo Japão para derrotar os Warlocks, demônios que roubaram cinco pergaminhos sagrados protegidos pela família do jovem guerreiro.

Kenseiden tinha potencial para estar entre os principais jogos da geração

A fluidez e level design colocariam este excelente jogo de plataforma entre os principais jogos de estilo parecido, como Ninja Gaiden e Shinobi. Talvez tenha sido por culpa da própria Sega que Kenseiden não se tornou tão popular, por não ter recebido continuação no Mega Drive nem um port para o Game Gear, como alguns outros tiveram.

PC ENGINE (TURBOGRAFX-16) | BOMBERMAN ’94

Em 1987, NEC e Hudson Soft. se uniram para lançar um novo console de videogame, o PC Engine. Dotado de dois processadores gráficos de 16 bits, o console era bastante superior ao NES e ao Master System, que dominavam o mercado na época.

Apesar de desconhecido no Brasil, o console foi bem aceito no Japão, chegando a liderar as vendas durante algum tempo. Devido a tamanho sucesso, foi lançado nos Estados Unidos em 1989 com o nome de TurboGrafx-16.

A biblioteca do PC-Engine é repleta de excelente jogos, alguns bons ports de Arcade e franquias famosas, como é o caso de Bomberman ’94. Lançado em 1993, o game é o sucessor do Bomberman ’93 e traz algumas poucas melhorias em relação ao anterior. O que faz dele um título injustiçado é o fato de ter sido portado para o Mega Drive, com o nome de Mega Bomberman, com muitas mudanças.

Considerado por àqueles que são fãs da série, como o melhor Bomberman.

Apesar do port ter sido para um console mais potente, a versão ficou bem aquém à original. O gráfico é nitidamente inferior, há poucas opções no modo Battle Game e alteração no áudio, que na versão original tem mais músicas.

Mesmo com tudo isso, o Mega Bomberman se tornou mais conhecido que a versão original, muito provavelmente pelo motivo de Bomberman ’94 ter saído apenas no Japão, enquanto a versão para Mega Drive saiu no resto do mundo.

Veja no vídeo abaixo um comparativo entre os dois títulos e tire suas conclusões.

MEGA DRIVE | MONSTER WORLD IV (WONDER BOY IV)

Nos anos 90 e 80, tivemos bastante exemplos de títulos que saíam apenas no Japão, jogos de RPG principalmente. Alguns até chegavam no o Brasil por meios peculiares, e mesmo estando completamente em Japonês muita gente se aventurava na base do “uni duni tê” ou com dicionários.

O caso de Monster World IV, é mais complicado. Lançado em 1994 para o Mega Drive, restritamente no Japão, o jogo era a esperada continuação de uma das maiores franquias dos videogames da Sega até então, e prometia ser o melhor de toda a série. Havia a previsão de lançamento pouco tempo depois no resto do mundo, o que nunca aconteceu.

O que se destacam no jogo são, os gráficos e a ambientação.

Ao contrário dos jogos anteriores,  aqui o jogador controla uma menina, a pequena Asha. O jogo é uma mescla de RPG de ação com exploração e plataforma. A ambientação é toda inspirada nas histórias das Mil e Uma Noites.

O jogo é muito bem feito, os gráficos são lindos e a história é digna da franquia. O game foi relançado em 2012 para o Virtual Console do Nintendo Wii, já traduzido para o inglês, o que facilita a experiência.

Como dito no início da matéria, essa lista é longa e requer uma segunda parte. Fiquem atentos aqui na WarpZone para a continuação que trará ainda mais jogos da era 16 bits até a geração 32/64 bits, tem jogo raríssimo inclusive.

Continua…