Olá jogadores, finalmente saiu a segunda parte da matéria que tenta fazer justiça a alguns grandes jogos lançados entra as gerações 8 bits e 32/64 bits, ao menos dos principais consoles. Se você não leu a parte 1, clique aqui para conferir. Vamos à matéria.

RUSHING BEAT SHURA | SUPER NINTENDO

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Nascido nos anos 80, o gênero Beat ‘em Up (briga de rua para os íntimos) viveu sua era de ouro nos anos 90. Oriundos dos Arcades, alguns títulos começaram a receber ports para os consoles caseiros, e o que já era um sucesso virou categoria obrigatória nos videogames de 16-bits.

Os jogos de andar e bater mais lembrados do Super Nintendo são da Capcom, como a série Final Fight, Captain Commando, King of Dragons, entre outros. Contudo, outras desenvolvedoras lançaram excelentes títulos que boa parte do grande público não conheceu, e um deles é Rushing Beat Shura, da Jaleco.

Com uma arte desta não tem como ser um jogo ruim.

Shura é o terceiro jogo da trilogia Rushing Beat, que recebeu nomes diferentes ao ser lançado no resto do mundo, além de alteração no enredo, nos gráficos e até no som dos games.

Os dois primeiros jogos da franquia – Rushing Beat e Rushing Beat Ran – Fukusei Toshi (Rival Turf e Brawl Brothers, no resto do mundo) – apesar de bons jogos, não apresentam nenhuma inovação para o que já tínhamos à época. Além disso, as versões ocidentais são bem limitadas. Isso fez com que a confusa série da Jaleco fosse apenas mais uma em um universo de títulos, o que pode ter contribuído para o número baixo de vendas do último jogo da série, em 1993.

Diferente dos primeiros jogos, Rushing Beat Shura traz algumas inovações ao inserir elementos presentes em jogos de outros gêneros, como cenário interativo, desbloqueio de personagens e escolhas que definem o rumo da história até o final do game. Os gráficos são superiores aos jogos antecessores e a trilha sonora ambienta bem e torna a experiência ainda melhor.

Nem tudo são flores. Assim como nos títulos que antecederam, o lançamento americano recebeu outro nome, The Peace Kepers, que também sofreu com cortes na trilha sonora e leve alteração no enredo. Uma pena.

ELEVATOR ACTION RETURNS | SEGA SATURN

Apesar de ficar apenas em terceiro lugar na guerra de consoles, o Sega Saturn ficou conhecido como a melhor máquina a receber ports dos Arcades. Jogos da Franquia Street Fighter, Dungeons & Dragons, Virtua Cop e Die Hard estão no Hall da Fama do 32-bits da Sega. Mas um clássico de grande sucesso dos anos 80 passou quase desapercebido.

Este clássico não poderia sair em máquina melhor, Saturno o rei do 2D!

O primeiro Elevator Action foi lançado em 1983, pela Taito, na era dourada dos Arcades. A jogabilidade inovadora lhe deu grandes resultados e o sucesso fez com que ganhasse um excelente port para o Nintendo 8-Bits, em 1985.

Lançado em 1994, Elevator Action Returns é, sem sombra de dúvidas, melhor que todas as versões do primeiro título, e não poderia ser diferente. Conhecido por reproduzir excelentes gráficos em 2D, o Sega Saturn tinha hardware suficiente para entregar o máximo em experiência arcade.

OGRE BATTLE 64: PERSON OF LORDLY CALIBER | N64

Se tem um videogame controverso nos anos 90 é o Nintendo 64. Alguns o consideram um fracasso, outros o acham incompreendido. Um fato é que trata-se de um console importante, pioneiro em alguns quesitos, mas que ficou devendo em sua biblioteca, os fãs de RPG que o digam…

Quem esperava que o tão aguardado 64-bits da Nintendo fosse continuar a vasta biblioteca de RPGs do seu antecessor, o SNES, se decepcionou. Dá para contar nos dedos os títulos de RPG do Nintendo 64 (isso vai depender se considera Legend of Zelda um RPG, discussão antiga). Este seria um cenário perfeito para Ogre Battle 64: Person of Lordly Caliber se destacar como uma das raras continuações de RPG no famigerado N64, mas isso não ocorreu.

A capa é um show à parte. Uma das mais lindas capas do Nintendo 64.

O jogo foi lançado em 1999, pela Nintendo no Japão, e em 2000 pela Atlus nos Estados Unidos, e segue aquela premissa de que, se o jogo é lançado em fim de geração, é certeza de excelentes gráficos e jogabilidade. Os gráficos são em 2.5D isométrico, e não deve nada a grandes RPGs de consoles concorrentes.

O que pode ter ofuscado este belo jogo é um outro paradoxo. O Nintendo 64 é referência em gráficos poligonais 3D da quinta geração, e os responsáveis por isso são Super Mario 64, The Legend Of Zelda: Ocarina of Time, entre outros. Jogos em 2D ou com abordagens alternativas como Adventures, naturalmente eram ignorados pelo grande público, com raras exceções como Paper Mario.

BRAVE FENCER MUSASHI | PS1

Com uma das maiores bibliotecas da história dos videogames, o PlayStation tem jogos de todos os gêneros possíveis e um dos que mais caracteriza o console são os RPGs. E se falamos de RPG e PlayStation, lembramos da Square (Square Enix, hoje). Sediada em Tóquio, a empresa é a maior responsável por popularizar os games de RPG no primogênito da Sony.

Além de títulos consagrados como Final Fantasy, Dragon Quest e Chrono Trigger, outros títulos de menor sucesso foram lançados, um deles é Brave Fencer Musashi.

Capa convidativa do lindo título.

Lançado em 1998, o jogo usa uma receita diferente da grande maioria dos jogos de RPG da época: ao invés de batalhas por turnos, apresenta combate em tempo real, misturando ação com elementos de RPG.

O jogo é, claramente, inspirado no lendário espadachim japonês Miyamoto Musashi, que já havia inspirado personagens no cinema, literatura e mangás.

O jogo tem gráficos bons e, embora apresente alguns problemas com a câmera e jogabilidade, a experiência não é comprometida. Vale o gameplay!

Em todas as plataformas sempre vamos ter jogos que se tornarão verdadeiros clássicos, best sellers e até ícones de uma geração, mas também sempre haverá aquele título esquecido, significativo apenas para alguns.

Jogar toda a biblioteca de um sistema é quase impossível para um jogador convencional, no entanto hoje temos a tecnologia a nosso favor, está mais fácil ao menos conhecer através de reviews e gameplays, e quem sabe assim, aquele jogo lado B possa se tornar AAA, ao menos individualmente.