A criatividade da Nintendo parece não ter fim, nem limites. A nova aventura do encanador mais amado da galáxia está ai para provar isso. Mas será que criatividade é sinônimo de qualidade? Vamos descobrir juntos nessa análise de Paper Mario: The Origami King.

UM LEGADO DE RESPEITO

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Desde o sucesso estrondoso de Super Mario RPG: Legend of the Seven Stars, lançado em 1996 para o SNES, que marcou a estreia da série no universo dos RPG’s, a Nintendo vem nos brindando com as mais variadas histórias e jogabilidades que permeiam o gênero “paper” dos irmãos Mario.

É muito curioso como a Big N não teme inovação (ainda bem) e, além de não temer, assume riscos em suas decisões. Para nossa felicidade, dificilmente ela não acerta em cheio no carisma, gráficos, jogabilidade e, o mais importante, na diversão.

Super Mario RPG foi lançado para o Super Nintendo, e usou gráfico modelados em 3D, que rendeu um visual impressionante para a época. Era de se esperar que uma possível sequência, ou sucessor espiritual, trouxesse gráficos em 3D real. Isso só foi acontecer quatro anos mais tarde no poderoso Ultra 64, digo, Nintendo 64.

Paper Mario teve um enorme sucesso no Nintendo 64

IGUAL, MAS DIFERENTE

Mas, a criatividade de Shigeru Miyamoto e companhia parecem não ter limites. A Nintendo aprovou e assim nasceu Paper Mario, com gráficos únicos e que teria uma vida longa e bem sucedida com vários games. Assim, Paper Mario: The Origami King é o sexto game seguindo essa linha.

Interessante mencionar que, já há algum tempo, nesses 20 anos, que as características de RPG vêm deixando de ser tão recorrentes quanto eram em seus primeiros jogos. Pontos de experiência, barras de magia, evolução dos personagens, pontos de habilidades não aparecem tanto quanto em um RPG comum, e nesse aqui, menos ainda.

Não é a primeira vez que Mario precisa visitar uma versão modificada do Reino dos Cogumelos. Dessa vez, ele e seu inseparável irmão são convidados para participar do Festival do Origami. Chegando ao local, logo percebem que algo não está certo e que o lugar está menos movimento do que deveria, aliás, está vazio.

Menos evolução e mais exploração

RASGANDO TUDO PARA AVANÇAR

O jogador não vai precisar explorar muito para descobrir o que realmente está acontecendo. Após ser introduzido à uma nova mecânica, que consiste em descascar paredes e outros objetos, ele acaba conhecendo Olivia, que é feita de origami e será sua guia durante a jornada, dando dicas sobre o que aconteceu ali e sobre como funcionam as novas habilidades.

Um pouco mais para frente, conhecemos o causador de tudo que está acontecendo ali: O Rei Olly, irmão de Olivia e que também é feito de origami. Olly acaba desaparecendo com o todo o povo de Mushroom Kingdom, destrói várias partes dele, sequestra o Castelo da Princesa Peach levando-o para o alto de uma montanha envolto à várias fitas coloridas, e, pasmem, acaba atingindo até o nosso adorado vilão Bowser durante o processo.

A partir desse momento o jogador começa a ser introduzido ao novo sistema do jogo. O mundo é muito parecido com o que já vimos em outros games como, Paper Mario: The Thousand-Year Door, do Gamecube, do Super Paper Mario, do Wii, e até mesmo, no original Paper Mario, do Nintendo 64. Porém, as semelhanças param por ai. Tanto batalhas, quanto exploração possuem aqui um sistema único.

O game apresenta algumas funções bem legais para os controles de movimento do Switch. Mario pode ganhar braços de papel que podem quebrar, rasgar, amassar, consertar objetos como paredes e pontes para progredir na história. Além disso, o novo acessório ajudará também moradores cogumelos a retornarem para suas formas originais, pois foram todos transformados em origamis pelo vilão Olly.

As novas habilidades utilizam muito bem os controles de movimento do Switch

BATALHAS INOVADORAS

Com certeza o grande destaque desse game é o sistema de batalhas, que pode gerar um pouco de estranheza para os jogadores, podendo agradar ou desagradar, dependendo do que você espera. Como já foi dito, não espere encontrar características de RPG nas lutas, aqui a Nintendo inovou mais uma vez.

Durante a aventura, Mario e Olivia podem evitar os inimigos que aparecem no cenário. Mas se encostarem neles, uma arena estilosa com plateia e tudo será palco para a sua batalha. O jogados deve alinhar, movendo o chão em forma de círculos, os inimigos antes de decidir como irá atacá-los. Isso garante maior dano e a vitória com maior facilidade.

Para alinhar os inimigos, Mario conta com, além dos neurônios de quem estiver controlando, ajuda dos amigos cogumelos para atacar, curar e até mesmo para alinhar os inimigos de uma forma mais rápida. Para isso, basta ter moedas para investir, e pode apostar, você terá muitas.

Feito o alinhamento, é só escolher como atacar. Mario conta com um martelo e suas botas que podem ser modificadas adquirindo novos poderes ou comprando mesmo. Esses poderes podem ser equipados e permitem causar danos em inimigos diversos, como por exemplo uma bota de ferro que permite atacar, sem tomar dano, adversários com espinhos.

CHEFES, COLECIONÁVEIS E EXTRAS

Existem ainda vários tipos de acessórios que podem ser equipados, dando um auxílio extra ao ataque, defesa, cura, entre outros efeitos. Alguns colecionáveis estão disponíveis para quem quiser explorar mais esse mundo colorido e divertido. Estátuas, toads perdidos e reconstrução do reino são alguns deles.

As batalhas contra os chefes são um show à parte. Essas batalhas exigem mais raciocínio e são, de longe, mais divertidas que as lutas contra inimigos comuns que aparecem aos montes.

Uma coisa muito legal que está presente e que pode dar um gás a mais para o jogador que pode ficar um tanto quanto entediado com repetição dos combates, são as “invocações”. Isso mesmo, fãs de Final Fantasy sentirão um pequeno aquecimento no coração, quando acompanhar Olivia se transformando em um ser poderoso para causar um dano massivo aos inimigos.

MARIO NUNCA É DEMAIS

Vamos ser sinceros, a série Paper não é para todos os jogadores que adoram a agilidade e dinâmica de games como Mario Galaxy, Mario 3D World e o mais recente Mario Odyssey. Aqui a pegada é mais contemplativa, mais lenta, mais cinematográfica, como se estivesse lendo um livro ou seguindo uma animação, se você domina a língua inglesa, claro. Mas é isso que faz da Nintendo a empresa conhecida por ser a mais inovadora e que arrisca mais em termos de jogabilidade.

Origami King, que foi lançado para Switch, no último dia 17 é um passeio tranquilo, colorido, agradável e que vai deixar o jogador com um sorriso no canto da boca. O game vai aquecer seu coração, tanto pelos lindos gráficos e humor leve, quanto pela a oportunidade de poder viver mais uma aventura nesse mundo tão carismático e divertido que só Super Mario pode nos oferecer.