No final do mês passado, entre os dias 29 de outubro e 01 de novembro, ocorreram em Foz do Iguaçu-PR as seguintes conferências acadêmicas: SVR, voltada à realidade aumentada e virtual; SIBGRAPI, para computação gráfica e processamento de imagens; e para games e entretenimento digital, tivemos o SBGames.

Nós fomos até o Bourbon Cataratas Convention & Spa Resort para testar os jogos mostrados no SBGames 2018 e participar das demais trilhas apresentadas nesses quatro dias.

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Kit recebido na inscrição do evento

Para participar do evento e ter acesso a todas as apresentações, era necessário fazer a inscrição pelo site https://www.sbgames.org/sbgames2018/inscricoes e fazer o registro presencialmente no evento. Era possível comprar ingressos para todos os simpósios ou somente para aqueles que mais desejar participar. Os cadastrados também poderiam contar com descontos para estudantes e professores.

O SBGames é um evento anual que ocorre desde 2004. Nele, as trilhas são distribuídas entre os dias do evento, algumas ocorrendo simultaneamente. Por esta razão, é preciso ficar atento a quais conhecimentos o participante tem preferência para adquirir no simpósio. Para ajudar os participantes a não perderem os horários, desde 2017, utiliza-se o aplicativo Whova para ver as salas e os horários da trilhas.

UNREAL DEV DAY

A Unreal Engine estava presente nos dois primeiros dias do simpósio, sendo apresentada por Paulo Souza Evangelist, representante da Epic Games de São Paulo. Na segunda-feira (29) ocorreu a palestra do “UNREAL Dev Day” mostrando o porte do jogo Fortnite para dispositivos móveis com a ajuda de otimizações de software como: diminuição das texturas do jogo, processamento de apenas uma versão de áudio para os efeitos sonoros (a versão completa utiliza vários arquivos), diminuição da distância de renderização do cenário para não sobrecarregar a placa de vídeo, etc. Após a apresentação de Fortnite, foi convidado o músico de jogos Thiago Adamo para mostrar um pouco do processo de desenvolvimento do jogo de tiro What the Box para Xbox One, portado da Unity para a Unreal Engine.

Thiago Adamo apresentando o porte do jogo What the Box para Xbox One

No final das palestras do “UNREAL Dev Day” foi exibido o conteúdo gratuito chamado de Action RPG, onde o desenvolvedor faz o download de um projeto para o desenvolvimento de um hack’n slash em terceira pessoa com elementos de role-playing game. O desenvolvedor poderá utilizar este exemplo como base para a construção do seu jogo, além de aprender como utilizar a Unreal Engine 4.

NOVIDADES DA UNREAL ENGINE PARA EDUCADORES

Também ocorreu na terça-feira (30) a palestra Novidades da Unreal Engine para Educadores” apresentando guias desenvolvidos pela Epic Games para ajudar os futuros instrutores tomando como exemplo as facilidades de instalação do software nos computadores da instituição alvo e o acesso ao código fonte do motor para estudo e modificações feitas em aulas.

Paulo Souza Evangelista foi um dos palestrantes

DESENVOLVIMENTO OITENTISTA

Na quarta-feira (31) ocorreu um “keynote” apresentado por um dos desenvolvedores mais antigos no país que veio para contar um pouco da história de sua carreira a partir dos anos 80. Em sua palestra, Renato Degiovani contou sobre a produção de softwares para computadores antigos distribuídos em fita K7, e as dificuldades de competir com outros músicos pelas disponibilidades das gravadoras do país. Também foi explicado que para conseguir distribuir os seus jogos para o cliente final Renato buscou o mercado de revistas de informática, o que ajudou a esgotar a sua primeira edição. A história foi finalizada com a chegada da distribuição digital através da Steam, facilitando aos desenvolvedores nacionais a venda dos seus jogos.

Renato Degiovani contando um pouco da sua história como desenvolvedor de jogos

No final do evento foram anunciados os jogos vencedores nas seguintes categorias:

– Outras plataformas:
Vida de Tartaruga (jogo de tabuleiro)
– Melhor tecnologia:
Pixel Ripped 1989
– Melhor áudio:
Ritmosphere
– Melhor narrativa:
Dead Body Falls
– Melhor visual:
Kaze and the Wild Masks
– Melhor design:
Dandara
– Jogo mobile:
Minesweeper Genius
– Serious games:
Muiraquitã
– Jogo de estudante:
Bed Time

MELHORES JOGOS:
– Voto da imprensa:
Dandara.
– Voto dos Desenvolvedores:
Pixel Ripped 1989.
– Voto Popular (empate):
Akane e Homelet.
– Juri Técnico:
Kaze and the Wild Masks.

ESTATÍSTICAS DO SIMPÓSIO

O SBGames teve o total de 127 artigos recebidos. Entre os 115 revisores foram feitas 469 revisões (média de 4,46 artigos por revisor) com nota de corte entre 7.1. Todos os artigos recebidos foram nacionais com uma aprovação de 28 (de 59) Shortpapers e 37 (de 49) Fullpapers. Os demais foram adicionados na lista de desistência.

Foram submetidos 126 jogos para o simpósio com uma divisão de 50%, sendo 63 jogos enviados por profissionais da indústria e 63 por estudantes da área, todos entregues para 10 avaliadores. Na etapa de seleção foram classificados 53 jogos, com 36 de profissionais e 17 de estudantes, distribuídos entre 30 avaliadores que consideraram características como design, arte, áudio, narrativa e tecnologia. Na última etapa foram 31 finalistas, 20 enviados por profissionais e 11 enviados por estudantes.

A seguir são mostradas as estatísticas entre os jogos finalistas no evento:

Status de desenvolvimento:
30% jogos completos
70% em desenvolvimento

Plataformas alvo:
68% Windows, MacOS e Linux
30% Android
10% iOS
08% Boardgames (jogos de tabuleiro)
07% Web

Categorias:
73% Entretenimento
20% Serious Games
05% Outras plataformas
02% Advergames

Tecnologias de desenvolvimento:
75% Unity
09% Outras dividindo com menos e 1% para cada tecnologia diferente
08% Unreal
08% Construct 2

ATÉ 2019!

E chegamos ao fim de mais um SBGames. Em 2019 os três eventos serão sediados na cidade do Rio de Janeiro. Fiquem atentos para os anúncios nos respectivos sites dos eventos.

Foto da equipe organizadora do Simpósio