Os games beat ’em up, como todos sabemos muito bem, foram um dos grandes fenômenos dos anos 80 e 90. Nem preciso citar aqui os nomes de vários clássicos, que já estão em sua mente neste exato momento. Mas também sabemos que, com a ascensão dos jogos em 3D, o gênero foi perdendo fôlego, e ficando no passado.
Mais ou menos… pois a história dos games conta com vários capítulos, e vivemos um momento onde desenvolvedores independentes podem fazer games dos mais variados estilos, sem nenhum compromisso com o que a indústria “AAA” dos games dita como tendência.
E, por causa disso, o beat ’em up voltou a chamar atenção. Vários jogos recentes buscam, cada um ao seu modo, homenagear os bons e velhos tempos. Seja em jogos que mantém legados como os de Streets of Rage ou das Tartarugas Ninja, como em outros que são produções originais, mas homenageiam estes clássicos, de várias formas.
Entre eles temos Fight’N Rage, que entrega já no seu nome a ideia de honrar os clássicos. Entretanto, desde o início, percebemos que o game, desenvolvido apenas pelo uruguaio Sebastián García, vai além, em todos os aspectos. Começando pelo seu visual, que traz incríveis sprites em pixel art, em um efeito que simula as antigas TVs “de tubo”.
Os personagens, que são homenagens a diversos personagens do gênero, também são carismáticos, e apesar de contarem com o padrão “soco-pulo-agarrão”, também possuem um verdadeiro arsenal de combinações, que permitem que os jogadores possam, assim como nos games de luta, conhecer melhor seus personagens, e desenvolver o seu estilo de gameplay, baseados nas melhores combinações.
A música também é de qualidade, trabalho de Gonzalo Varela, que ajuda e muito na composição do enredo, que fala de uma invasão mutante, onde os protagonistas precisam ajudar como podem. E até o enredo aqui foi bem trabalhado, pois, diferente dos games do gênero, onde seguimos um “trilho” do início ao fim, aqui temos uma interessante ramificação, determinadas por escolhas e decisões dentro do game, que renderão situações, caminhos e finais diferentes.
Tudo isso somado por um caminhão de extras, que podem ser “comprados” com as moedas do game, e que trazem novos modos, novas dificuldades e muito conteúdo extra, valorizando o fator replay.
Muitos recursos dos beat ’em ups antigos, que gostaríamos de ver, não poderiam ser aplicados na época, por limitações técnicas das mais variadas. Mas hoje, com Fight’N Rage, é possível ver que o gênero ainda conta com espaço para boas ideias, e que ainda é possível trazer novos games com a mais absoluta qualidade.
Fight’N Rage já está disponível para Nintendo Switch, PC, Xbox One e PS4, desde 2017. Mas recentemente, o game ganhou uma nova versão, que traz tudo igual, porém oferece suporte a até 120Hz, para PlayStation 5 e Xbox Series X|S.
