Um estudo recente conduzido pela Video Game History Foundation revelou uma situação alarmante quando se trata da preservação de videogames. Em parceria com a Software Preservation Network, o estudo descobriu que 87% dos videogames clássicos lançados nos Estados Unidos correm o risco de desaparecer ao longo dos anos.

Segundo o relatório, apenas 13% da história dos videogames está atualmente disponível no mercado. Isso significa que quase 9 em cada 10 jogos clássicos só podem ser acessados por meio de hardware original, visitando bibliotecas especializadas em videogames ou recorrendo à pirataria.

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Embora existam algumas iniciativas em andamento para preservar jogos clássicos, como os programas estabelecidos pela Sony, Microsoft e Nintendo, ou o esforço de produtoras atuais, como a QUByte, para resgatar jogos do passado, essas ações ainda são insuficientes diante da vastidão de jogos que só podem ser jogados atualmente em seus formatos originais de cartuchos ou por meio de emulação.

Kelsey Lewin, da Video Game History Foundation, ilustra a situação ao explicar para a Time Extension: Imagine se a única maneira de assistir ao filme Titanic fosse encontrar uma fita VHS usada e ter o equipamento antigo necessário para reproduzi-la. E se nenhuma biblioteca, nem mesmo a Biblioteca do Congresso, pudesse oferecer uma solução melhor – eles poderiam preservar e digitalizar a fita VHS do Titanic, mas você teria que ir até lá para assisti-lo. Parece absurdo, mas essa é a realidade em que estamos vivendo com os videogames, uma indústria que movimenta US$ 180 bilhões, enquanto os jogos e sua história estão desaparecendo.”

Embora o estudo destaque a falta de iniciativa da indústria de videogames em geral para preservar seu próprio passado, seu objetivo também é garantir maior apoio às bibliotecas e organizações dedicadas à preservação de videogames, equiparando-as a grupos que se concentram na preservação de livros, filmes e áudio.

Lewin prossegue: “O principal grupo de lobby da indústria de videogames argumentou com sucesso perante o Escritório de Direitos Autorais dos EUA que a indústria já está fazendo o suficiente para preservar sua própria história de forma comercial e que proteções adicionais para instituições de preservação prejudicariam seus resultados. Provamos que eles estavam errados: na verdade, a indústria só foi capaz de disponibilizar 13% de sua história, e é improvável que essa situação melhore.”