Sei que fiquei um bom tempo ausente a ponto de alguns suscitarem dúvidas a respeito da continuidade desta coluna, porém estou de volta depois de um período sabático entre jogatinas, estudos da pós-graduação e muito, mas muito trabalho.

Durante a minha ausência, passei a matutar algumas questões relacionadas ao mercado de games como um todo. Vejo um comportamento nos jogadores de ficarem fazendo hype nos jogos e, na hora que são lançados, a frustração bate forte pois é comum que o produto final não atinja as grandes expectativas geradas pelo público.

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Lançado em 2016 pela Hello Games, No Man’s Sky foi um dos jogos que prometeu mais do que entregou

Antes que pensem que sou um velho ranzinza: eu acho que hypar coisas/situações é um comportamento inerente do ser humano. O problema nisso são as produtoras surfarem nessa onda e comercializarem seus games mais pelo hype em si do que pela qualidade.

Confesso que tenho uma certa “blindagem” em criar hype para alguma coisa. É uma relação na qual a entrega sempre foi cruel quando deparada com minhas expectativas sobre o que eu imaginava ser a experiência do produto final.

Jogo desde os quatro anos de idade e já vi muitas promessas de lançamentos revolucionários que acabaram naufragando, derrotados por uma série de promessas não cumpridas.

Exterminador do Futuro: Destino Sombrio. Lançado em 2019, o longa foi cercado de expectativas, porém acabou fracassando na opinião de críticos e fãs. Um exemplo de que a equação hype x realidade também pode afetar o cinema

Atualmente, é muito raro termos lançamentos que não demandam um patch Day One gigantesco para corrigir diversos bugs. No caso de estúdios pequenos, cujo orçamento e equipe são reduzidos, é algo até compreensível. O estranho é ver diversas produtoras de grande porte, como Square Enix e Naughty Dog, utilizarem disso para melhorar um jogo recém-saído de fábrica.

Lançado no dia 4 de setembro, o game Marvel’s Avengers teve uma atualização no dia 18 do mesmo mês responsável por corrigir aproximadamente 1000 bugs. Jogos de mundo aberto, como é o caso do game citado, costumam ter uma quantidade de bugs um pouco maior do que outros gêneros.

Apesar disso, um patch para reparar um número tão elevado de erros é um pouco demais, principalmente quando se trata de um jogo de uma companhia de grande porte e em um espaço de tempo tão curto.

A última atualização de Marvel’s Avengers corrigiu uma quantidade enorme de bugs

Com todas as informações apresentadas, deixo duas perguntas: Será que as produtoras estão realmente caminhando para uma era na qual os jogos serão vendidos mais pelo hype do que pela qualidade?

Patches de Day One gigantescos mostram um certo desleixo com o polimento do produto final ou é algo normal em virtude de os jogos estarem cada vez maiores? Deixe sua opinião nos comentários.