Os efeitos sonoros e músicas dos videogames eram sons eletrônicos básicos que muitas vezes irritava mais do que divertia. A união do som com os videogames se tornou bem sucedida com o passar dos anos e se transformou numa relação audiovisual semelhante à do cinema.
O desenvolvimento de trilha sonora para videogames é um mercado próprio principalmente no Japão e nos Estados Unidos. Muitos artistas, inclusive, fazem shows próprios com as músicas que desenvolveram. Dentre eles vale destacar o japonês Yuzo Koshiro (Streets of Rage) e o escocês Barry Leitch (Top Gear), bem conhecidos do público brasileiro.
DE VOLTA AO PASSADO
Na década de 70, os chips de som apareceram no mercado despontando com a Yamaha. Inicialmente tivemos os chips PSG, sigla em inglês para Gerador de Som Programável, que equiparam os microcomputadores MSX e outros produtos.
Os sons eram simples e formados por simples ondas de áudio, estando presente nos arcades, videogames e computadores. O Sega Mark III, videogame 8 bit da Sega lançado em 1986, foi um ícone desse tipo de som.
O Sega Master System lançado no Brasil pela Tectoy em 1989, que era uma versão do Sega Mark III e Master System americano, também utilizava dessa tecnologia e as músicas de jogos como Wonder Boy, Alex Kidd e Shinobi ainda reverberam na cabeça dos jogadores da época.
No Japão, o Sega Mark III tinha um dispositivo opcional para adicionar o som FM no console, o adaptador FM Sound Unit, no Brasil o Master System foi lançado sem a possibilidade de usar esse acessório oficialmente no console. No Japão, o Master System lançado em 1987 já tinha embutido o hardware do som FM, o famoso Yamaha YM2413.
Embora o foco aqui seja o destaque do som FM do Master System / Sega Mark III, me lembrei de como a música era importante na transição de videogames mais simples como o Odyssey, ou o Atari 2600, para essa nova realidade 8 bits.
Houve uma evolução muito grande e a música começa a fazer parte da história dos jogos. Foi marcante acompanhar essa transição. Eu tinha um gravador de fita cassette na época, no qual fazia as minhas brincadeiras com som. Não tive o Master System, mas tive o clone de Nintendinho da Gradiente, o Phantom System, que me proporcionou acompanhar essa evolução sonora.
Com o Phantom System ligado na TV eu colocava o gravador bem próximo da caixa de som para gravar músicas de jogos. Essa ideia surgiu depois que ganhei o cartucho do Ninja Gaiden, que tinha uma trilha sonora muito boa.
Gravei as músicas das cut scenes do jogo. E daí em diante passei a gravar de outros jogos como Double Dragon II, Journey to Silius e Castlevania. Imagino o impacto que eu não teria sofrido ao ter contato com o som FM do Master System.
O som FM e os vídeo games
Mas o que é o som FM? Além de adicionar mais canais de som no aparelho, há alteração do timbre de uma onda modulando sua frequência. Tem uma forma mais fácil de entender sem ser tão técnico (e nem fui muito)? Sim: É um som melhor e harmônico.
A experiência de se jogar um jogo de Master System com som FM é curiosa e compensatória. O som é suave e dá aquela sensação de estar jogando num Arcade. O som PSG tem seu charme e foi padrão do videogame da Sega no Brasil, mas o som FM traz uma qualidade de arcade aos jogos 8 bits.
Dentre os jogos suportados pelo som FM no Master System destacam-se clássicos como Double Dragon, Wonder Boy, After Burner, R-Type, Shinobi e outros tantos. São mais de 40 jogos compatíveis com essa modalidade sonora.
Existe modificação de hardware que pode ser realizada no console Master System brasileiro para adicionar o som FM. Algumas oficinas especializadas realizam esse trabalho.
Além de emuladores, console Master System japonês e Sega Mark III com FM sound Unit, uma boa forma de se apreciar os jogos compatíveis com o som FM é utilizar um adaptador para jogar no Mega Drive. Um bom adaptador para quem quer jogar os cartuchos originais de Master System no Mega drive é o Mini PowerBase FM.
É um acessório independente fabricado pela DB Soft e que permite rodar os cartuchos de Master System, com som FM, no Mega Drive. O acessório funciona muito bem e dá para aproveitar essa maravilha sonora no Mega com seu controle e fone de ouvido para ficar ainda melhor.
Uma dica interessante é utilizar um cabo em Y de conexão tipo p2 (fone de ouvido) para RCA (tipo cabo de áudio e vídeo), ligado na saída do fone de ouvido do primeiro modelo de mega drive, ou genesis, e conectado nas entradas de audio de uma TV equipada com som stereo.
O canal Games Que Pariu produziu um vídeo bem interessante sobre o PowerBase MiniFM, apresentado por mim, e pode ser conferido aqui:
Hoje em dia as possibilidades para se jogar um bom jogo do Master System com som FM são variadas e vale muito a pena ter essa experiência.
O jogo tem uma boa melhoria. Independente do gosto e do saudosismo o importante é jogar e explorar essas variáveis. Uma simples novidade pode estimular a ter novas experiências. Joguem mais.