O ano era 1997. Você, um moleque ou uma garota “gamer” como qualquer outro de sua época ficava vidrado nas revistas de game sabendo que um dos games de luta mais divertidos da época chegaria aos consoles. X-Men vs. Street Fighter, o primeiro game que renderia a divertida série Versus, chegaria ao PlayStation e Saturn, com a mesma proposta de lutas insanas com personagens dos dois universos.

Mas, muitos de nós, naqueles dias, não tínhamos um PlayStation ou um Saturn, certo? Assim, o que restava, era ou ter um primo mais endinheirado com o console e o game, ou ir na locadora do seu bairro gastar 1 real a hora para curtir o jogo. Mas ainda existia outra forma de se curtir o game, já que a “indústria das adaptações de games para consoles populares” sempre esteve firme e forte.

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Estou falando, claro, das adaptações de jogos que, por vias normais jamais chegariam aos consoles mais populares do momento, como o Super Nintendo. Adaptações estas que, no camelô mais perto de você, ofereceria a oportunidade de jogar X-Men vs. Street Fighter direto no mesmo videogame onde você já surrou o controle há anos debulhando Super Mario World ou Donkey Kong Country.

Dá só uma olhada no que te esperaria em uma fita que provavelmente foi lançada na van do Perigo, o icônico personagem de Todo Mundo Odeia o Chris.

Mas o game enganou muita gente, e de várias formas. Primeiro pois muita gente, na ingenuidade que os anos 90 ofereciam, alugavam ou compravam o game achando que era uma versão oficial. E depois, com o próprio jogo em si. Visualmente, ele era até interessante, pois trazia a mesma animação de abertura dos arcades e até os mesmos cenários.

Os personagens, por sua vez, foram “adaptados”, e são oito, sendo quatro World Warriors e quatro mutantes: Ryu, Ken, Chun Li, Charlie/Nash, Psylocke, Ciclope, Homem de Gelo e Wolverine. Todos com sprites bonitos e detalhados. O que realmente enganava (e engana) muita gente, pois na hora do gameplay, era só sofrimento.

Pelo fato do game não ter sido realmente otimizado pela própria Capcom, como a empresa fez com Street Fighter Alpha II, os controles, essenciais para um game de luta, são péssimos. E, se os próprios ports oficiais não eram idênticos aos do arcade (salvo o Saturn que, além de rodar melhor o game, ainda podia ser melhorado com cartucho de memória RAM adicional), imagine um port do camelô para Super Nintendo?

De qualquer forma, o game fez o seu papel de fazer muita gente achar, por um tempo, que o game esteve disponível para o 16-bits da Nintendo. Hoje é possível “curtir” o game (mesmo com as suas toneladas de problemas) em qualquer emulador ou Everdrive com a ROM facilmente espalhada, ou até comprando o cartucho disponível hoje em dia, em marketplaces internet afora, que inclusive contam com “tratamento histórico” com o game.