A SEGA anunciou, recentemente, um collab entre Virtua Fighter 5 e Tekken 7. Embora os personagens do game da Bandai Namco não estejam presentes, o game de luta da SEGA terá 19 roupas novas, baseadas em Kazuya Mishima, Heihachi Mishima, Jin Kazama e Paul Phoenix. Além disso, a collab terá ainda 20 faixas da trilha sonora de Tekken e uma Battle UI dedicada ao game.
Mas engana-se quem pensa que apenas em 2022 surgiu esta parceria entre os dois jogos. Ainda nos tempos de Mega Drive, e graças aos “desenvolvedores alternativos” (sempre eles!), um crossover não-oficial (chamado de V.R Fighter VS Taken2) foi mais uma dentre tantas opções não-oficiais que pipocavam em bancas de camelô ou em locadoras de bairro, trazendo uma sobrevida para os 16-bits, extremamente populares no Brasil, mas já defasados, com a nova geração (formada por PlayStation, Saturn e Nintendo 64) sendo o novo desejo de consumo dos gamers daqueles dias.
A curiosidade do game é que, apesar de existir um Virtua Fighter 2 para o Mega Drive, este game não é um hack, onde os personagens de Tekken seriam adicionados. Na verdade, é um jogo baseado na versão de arcade com personagens de Tekken 2 e até Fighting Vipers. O controle, inclusive, é o mesmo do game de luta da SEGA: B e C socam e chutam, e o A bloqueia. O game também permite avanço e recuo rápido, com dois toques rápidos para frente, ou para trás. Mas o game só tem isso de Virtua Fighter, ficando de fora o soco no ar, os arremessos e outros mecanismos disponíveis no game original.
Apesar de não ser um hack da versão 16-bits de Virtua Fighter 2, o gameplay é praticamente o mesmo, embora com visual e qualidade inferiores ao do game da SEGA. Não há, por exemplo o Ring outs, os limites de ringue comuns em jogos 3D nos quais, quem cair do local de luta, perde o round instantaneamente. O gameplay é lento e duro, com óbvios problemas de jogabilidade, com controles ineficientes e limitados.
Já o visual mostra personagens redesenhados em 2D, todos baseados nas versões de arcade, em cenários extremamente simples, mesmo para a sua época. Já as músicas são de Virtua Fighter 2 também. O modo arcade coloca você contra todos os lutadores em uma ordem pré-definida (Kazuya, Bahn, Paul, Honey, Lee, Jun, Heihachi, Shun, Lion, Wolf, Pai e Akira) O final é uma tela básica exibindo “Parabéns” com o personagem do jogador renderizado em carvão.
E assim, junto a outros “clássicos” como o KOF 2000 de Super Nintendo, o Tekken 2 de Super Nintendo, ou o Donkey Kong Country de Mega Drive, muitos jogadores, sabendo ou não que tais games não eram oficiais, podiam “aproveitar”, mesmo com diversos problemas técnicos e visuais, games “novos”, que aumentavam mais um pouco a vida útil destes consoles.