Talvez você tenha lido esse título e pensado “EA? Nunca mais!” mas eu começo esse texto dizendo que você deve dar uma chance até mesmo ao Star Wars Battlefront II (2017) e explico o porquê.
Não é novidade que a EA é uma empresa famosa por não entregar jogos completos para cobrar, posteriormente, por “conteúdos adicionais” que na verdade deveriam fazer parte do pacote básico, deixando propositalmente a experiência pela metade. Isso, inclusive, rendeu diversos memes e colaborou para espalhar a má fama da publisher pela internet.
VAMOS VOLTAR NO TEMPO
Em 2015, a EA lançou um reboot desenvolvido pela Dice da aclamada série Star Wars Battlefront, que nas suas versões originais fizeram muito sucesso em diversas plataformas, como Playstation 2, PC, Xbox, PSP, enfim. A recepção do novo título não foi das melhores, tendo em vista que o jogo era focado no multiplayer e nem sequer tinha uma campanha, apresentando apenas alguns desafios single player. Além disso, novos mapas eram lançados, e para jogá-los era necessários adquirir as DLCs.
Você não era obrigado a comprar esses novos mapas, mas convenhamos: em um jogo focado no multiplayer é muito importante a inclusão de novidades para que a comunidade se mantenha aquecida e jogando. Isso sem falar que até mesmo para comprar armas melhores era inevitável gastar dinheiro real. O resultado dessas escolhas? Dificilmente se formavam salas para jogar as partidas por falta de jogadores.
Nesse momento você pode estar pensando: “Tá louco, não gasto meu dinheiro com EA mesmo!”. Mas fique calmo, estamos quase lá!
Chegamos à 2017 e a franquia ganhou uma sequência: Star Wars Battlefront II e, é claro que eles ainda não haviam aprendido a lição. Apesar de ser um ótimo shooter e ter uma campanha canônica e bem desenvolvida, a polêmica da vez eram as famosas loot boxes, que nada mais eram do que um jogo de azar dentro do próprio game.
Nesse sistema você comprava uma caixa com dinheiro real e nela poderiam vir coisas aleatórias, como roupas ou até mesmo personagens, mas sem nenhuma garantia. Poderiam vir somente coisas inúteis. Essa questão das loot boxes não pegou apenas para a EA, outras empresas também adotaram esse mesmo modelo e tiveram problemas na justiça ao redor do mundo.
A situação era complexa: imagine ter o nome Star Wars, que pertence à Disney, envolvido nesse tipo de problema… bem complicado!
TCHAU LOOT BOXES
Nesse momento é que a EA dá a volta por cima com Star Wars, sendo a primeira atitude remover as loot boxes do jogo. Com um sistema semelhante, poderíamos usar créditos conseguidos no jogo, não dinheiro real, para roupas. Neste sistema, é especificado quais podem vir e, caso houver repetidas, havia a devolução de parte dos créditos gastos. Todos os personagens e veículos passaram a poder ser comprados com uma quantidade razoável de créditos dentro do jogo.
Mas a cereja do bolo vem agora: conteúdos novos e gratuitos. Novos personagens, mapas, unidades, veículos, roupas e modos que, de tempos em tempos, são adicionados ao jogo sem nenhum tipo de cobrança. Ou seja, tudo isso pelo preço inicial do jogo. Infelizmente, muitos desistiram do game pelos problemas iniciais – o que não dá para julgar – e não sabem que a história se inverteu e o conteúdo que eles teriam nas mãos não deixam a desejar em nada.
PODE DAR UMA CHANCE
Com essa nova filosofia da EA, temos em 2019, Star Wars Jedi: Fallen Order, desenvolvido pela Respawn e que traz todo o conteúdo do jogo, com a garantia que não haverão DLCs, e entrega uma experiência completa.
As avaliações dos jogadores e crítica confirmam o sucesso e aceitação do título, que vem batendo recordes de venda desde o seu lançamento, se consolidando como um dos melhores jogos de Star Wars de todos os tempos.